Tarde da noite, a campainha tocou.
Cipriano deu uma batidinha no cigarro para tirar a cinza e, quando a campainha tocou pela quinta vez, acabou se levantando para abrir a porta.
Assim que abriu, estava prestes a explodir, mas ao ver quem estava ali, franziu a testa:
— Você?
Marília segurava um guarda-chuva, e já havia se formado uma poça d'água no chão.
A calça dela estava ensopada e colada nas pernas, os sapatos também estavam encharcados.
— Entra logo.
Marília deixou o guarda-chuva do lado de fora.
Quando entrou, Cipriano fechou a porta sem sequer olhar para ela, apagou o cigarro e jogou a bituca no lixo. Depois, foi direto para o quarto.
Marília permaneceu parada onde estava, tomada pela culpa.
Pouco depois, ele voltou com um secador de cabelo e o entregou a ela.
— Obrigada.
Marília estendeu a mão e o pegou.
Cipriano ligou o ar-condicionado da sala, largou o controle remoto e, vendo que ela ainda estava de pé, disse:
— Senta aí.
Marília assentiu e foi se sentar no sofá. Ligou o seca