Mesmo com a voz de Henrique rouca e fragilizada, Mariana não teve dificuldade em reconhecer o homem que um dia amou profundamente. Aquele tom era inconfundível.
Mas isso pertencia ao passado.
Agora, a última pessoa que Mariana queria ver era Henrique.
Ela segurou a mão de César, disposta a sair dali o mais rápido possível. Contudo, passos apressados vieram em sua direção, e Henrique a alcançou, bloqueando sua passagem:
— Mariana, eu finalmente te encontrei.
Os olhos de Henrique estavam fundos e cansados. O homem que antes exalava confiança e charme agora parecia abatido, com o rosto visivelmente mais magro.
Ele a encarava com uma mistura de saudade e arrependimento, quase como se estivesse tentando gravar cada detalhe dela em sua memória. Ao perceber que ela parecia estar bem, um sorriso dolorido surgiu em seus lábios.
Com a voz cheia de emoção, ele começou:
— Você não me perguntou nada. Apenas me condenou e me deixou. Isso não é justo comigo.
— Injusto? — Mariana repetiu, com um tom d