Quando a Clarence e a Ava ficaram com a dona Márcia, entrando para a cozinha, eu vi que a Carlinha deu uma olhadinha rápida para mim e apontou com a cabeça para a porta. Eu entendi o recado e a segui até lá fora.
Ela cruzou os braços, me encarando com aquele jeito espevitado.— E aí, como foi?Soltei o ar devagar, mas não consegui esconder o sorriso.— Realmente, Carlinha… a tua fórmula está dando certo.— Eu sabia. — Ela estufou o peito, orgulhosa. — Você já sabia do Café?— Não. — balancei a cabeça. — Mas hoje eu entendi.Ela riu, toda satisfeita. — Eu já sabia sim. A Ava sempre trabalhou lá como voluntária, desde nova. Agora que ela tem mais tempo, vai voltar a ajudar no abrigo, com certeza. Sempre quis adotar o Café. E hoje ela trouxe ele pra casa.Olhei para o portão, pensando na cena dela abraçada com o gato manco e ainda assim sorrindo como se tivesse ganhado um tesouro.— E vou te falar uma coisa, Carlinha. A