Adam estava sentado em sua cadeira de couro, girando a caneta entre os dedos. O olhar estava perdido, fixo em nada, mas a mente fervia. A conversa com a terapeuta ainda ecoava dentro dele, misturada às palavras afiadas de Ava e, agora, às lições do primo Jeffrey.
Jeffrey, encostado na lateral da mesa, observava-o em silêncio. Então quebrou o ar pesado:
— Primo… você precisa lembrar de uma coisa. — A voz dele veio firme, mas sem agressividade. — A sua mãe está na sua casa agora. Você já parou para pensar no que vai sentir se chegar de madrugada e ela souber que você passou a noite num antro de perdição?
Adam ergueu os olhos devagar, sem responder.
— Não estou falando só do que os outros pensam — continuou Jeffrey. — Estou falando de você. Como você vai se sentir? Por mais que ela já saiba do seu vício, será que você consegue encarar o olhar dela amanhã cedo, sabendo que saiu para se destruir outra vez?
Adam largou a caneta e susp