Ava chegou ainda de madrugada, o céu ainda nem tinha clareado direito. O vigia arregalou os olhos ao vê-la atravessando a portaria com a caixa enorme nas mãos.
— Nossa, você chega cedo pra terminar cedo, hein?Ela sorriu irônica:— Lógico, né? Saindo daqui eu ainda tenho que ir pra outra empresa. E depois estudar. Você acha que eu vou ser faxineira o resto da vida? Não vou, não.Ele apontou para a caixa:— E isso aí? Presente?— É encomenda — respondeu, seca, ajeitando a caixa nos braços. — Vou ali no banheiro feminino me arrumar, vestir minha fantasia de faxineira, e já vou subir pros escritórios de cima. Depois eu desço, termino os de baixo e corro pra outra empresa. Vou almoçar por lá mesmo.— Tá certo, vai lá, menina. — O vigia riu, balançando a cabeça.Poucos minutos depois, Ava entrou no escritório do chefão. O coração dela já veio na garganta, mas, para surpresa, as caixas antigas não estavam mais lá. O sofá estava