Adam ficou mudo por alguns segundos. As palavras de Ava martelavam dentro da cabeça dele como um martelo pesado. O coração acelerado, a respiração curta, e de repente ele explodiu, levando as mãos à testa.
— Merda... merda... merda! — murmurou, a voz rouca, quase um grunhido. — Será possível...? Será que o mesmo sonho que eu tive... você teve também?Ava o observava, séria, sem desviar os olhos.— Eu vi tudo, doutor Adam. Nos mínimos detalhes. — Sua voz tremeu levemente, mas não recuou. — E no final... eu olhei para o senhor e disse que era um monstro.Ele engoliu em seco, sentindo o peso da palavra atravessá-lo. Ava continuou:— Desde então eu estou pensativa. Não sei se o senhor me deu essa vaga aqui de emprego porque quer se aproximar... e tentar algo assim comigo. Se for isso, já lhe adianto: eu não nasci para isso. Eu não sou esse tipo de mulher.Adam fechou os olhos por um instante, respirando fundo. A voz da terapeuta ecoava em sua