Adam respirou fundo, fechou os olhos por um instante e depois abriu, fitando Ava como se fosse a última chance de ser ouvido.
— Eu frequentei o clube desde os meus dezoito anos de idade, Ava. — A voz saiu grave, firme, mas carregada de vergonha. — Vou ser sincero com você, porque eu não tenho mais forças para me esconder atrás de máscaras. Só quem sabe disso é o Jeffrey... e a minha mãe. E ela só soube porque eu falei diante da terapeuta.Ele apoiou os cotovelos na mesa, como se carregasse um peso enorme.— Eu cresci vendo meu pai subjugar a minha mãe. Para mim, na cabeça doentia que eu formei, a mulher certa era aquela que aceitava ser calada, humilhada, obediente. Como a minha mãe foi por tanto tempo. E quando eu completei dezoito anos, foi a Ema quem me levou ao clube. Foi ela quem me abriu aquela porta.Ele soltou uma risada curta, sem humor, amarga.— Eu me senti... realizado ali. Via as mulheres de joelhos, amarradas, obedecendo, e dizia a mi