A Chegada à Festa
Assim que cruzei o hall da mansão, senti o ar mudar. Não era apenas perfume caro, nem o polido brilho do mármore negro que refletia meus passos. Era como se aquele lugar tivesse vida própria, uma respiração antiga, algo que me observava de cima a baixo.Meus olhos percorreram o espaço: o teto alto, as cortinas de veludo vermelho profundo, o enorme relógio de pêndulo marcando uma hora que parecia não acompanhar o tempo do mundo de fora. Quadros pendiam nas paredes, mas não eram nus ou cenas comuns. Eram mitos: coroações, quedas, batalhas. O poder era a linguagem que falava através de cada pincelada.Atrás de mim, a porta se fechou com um clique seco. Respirei fundo e segui adiante.No salão principal, homens e mulheres deslizavam em passos calculados. Nenhum olhar era perdido: cada máscara parecia ter olhos mais atentos do que rostos sem disfarce. Havia risos baixos, sussurros que não se entendiam. E, ainda assim, eu sentia que to