O silêncio da sala parecia mais denso do que o habitual.
Isabela ativou o vídeo que Lasmih havia enviado poucos minutos antes. A imagem estava um pouco tremida, como se tivesse sido gravada às pressas e de longe, com zoom digital. O cenário era um estacionamento coberto em um bairro afastado de Al-Qadar. A câmera, provavelmente escondida em uma viga metálica, capturava duas figuras caminhando em direção a um carro escuro.
Karim, inconfundível com seu terno ajustado e andar calculado, era o primeiro a aparecer. Mas foi o homem ao lado dele que fez o estômago de Isabela revirar.
Alto, magro, usava um boné preto e óculos escuros. Havia algo em seus gestos, na forma como olhava para os lados, que acendeu um alarme antigo e abafado em sua memória.
Ela congelou.
A pele formigou. A boca secou. O som ambiente pareceu desaparecer por um instante, como se estivesse debaixo d’água.
— Espera... — murmurou. — Esse rosto... eu já vi.
Zayn, que analisava outro documento, ergueu os olhos na hora.
— O