O sol de Al-Qadar começava a subir como uma tocha silenciosa no céu, mas o calor que queimava as costas de Isabela não vinha das ruas — vinha da pressão. A sensação de que cada descoberta a empurrava mais fundo em algo muito maior do que ela podia controlar, como se, a cada documento que abria, uma nova camada de perigo fosse revelada.
Sentada em sua sala no 47º andar da Al-Rashid Enterprises, com a cortina entreaberta deixando entrar apenas uma lâmina fina de luz dourada, ela girava os olhos entre dois monitores e uma pasta aberta sobre a mesa. As unhas curtas tamborilavam discretamente, um sinal do esforço para manter a ansiedade sob controle.
Na tela, planilhas — aparentemente inofensivas — cruzavam valores pequenos de exportação agrícola, registrados por subsidiárias da Al-Nur em Sharjah. Mas Isabela já havia aprendido: o problema nunca estava nos grandes montantes, e sim nos pequenos desvios, aqueles que ninguém se dá ao trabalho de observar.
Karim… você ainda está por aqui. Cada