O caminho ficou mais leve, como se a tensão da nova vida de Isabela estivesse se dissolvendo naquela presença carismática e acolhedora.
Lá fora, o pátio estava calmo. Um carro preto com insígnias douradas esperava pelas duas.
Enquanto rodavam pelas ruas largas de Al-Qadar, Isabela olhava pelas janelas. As construções mesclavam tradição e modernidade. Era como se o tempo coexistisse em camadas invisíveis.
— Ali está a Fonte Sagrada da Casa Al-Rashid. Construída há mais de quatrocentos anos, com mármore trazido do Marrocos. Os reis passavam por ela antes de decisões importantes.
Mais à frente, uma sirene suave ecoou por toda a cidade.
— O que foi isso? — Isabela perguntou, erguendo o olhar.
— É o chamado para a oração do meio-dia. Em Al-Qadar, a fé é uma bússola. Pode parecer um costume antigo, mas é o que ancora nosso povo.
— Eu... não rezo há anos. — confessou Isabela, num tom mais introspectivo do que esperava.
Lasmih sorriu com ternura.
— Às vezes, a fé volta no silêncio. Em um gest