A luz atravessava a fresta das cortinas com timidez, tingindo o quarto em tons suaves de âmbar e marfim. O silêncio era quase absoluto, salvo pelo som abafado da cidade já em pleno vapor do lado de fora.
Isabela despertou devagar.
Primeiro veio a respiração — rasa, entrecortada. Depois, o peso no corpo. As coxas doloridas, a barriga baixa tensa, os braços como se tivessem sido puxados por cordas invisíveis durante a noite. O corpo inteiro parecia ter sido usado, moldado, transformado.
E então, os olhos se abriram.
O teto do quarto de Zayn. O cheiro dele no lençol. A marca sutil de onde seu corpo estivera ao lado do dela.
Mas agora... ele não estava mais ali.
O lençol ao lado estava frio.
Ela se moveu com lentidão. Cada músculo parecia reclamar, mas ao mesmo tempo... vibrar. O calor residual da noite ainda latejava sob sua pele. As lembranças vinham em flashes: o sussurro dele ao pé do ouvido, as palavras em árabe, os toques, a firmeza das mãos, o comando em cada movimento, os orgasmos