O sol descia em bloco atrás dos guindastes imóveis quando os alto-falantes do porto chiaram e o rumor da multidão ficou redondo, expectante. Zayn subiu ao palanque de madeira simples diante da antiga administração e, por um instante, apenas olhou. Viu rostos marcados de sal e vento, crianças com galões vazios, mulheres de lenço preso à nuca, homens de mãos feridas. À direita, Isabela. À esquerda, Elyas. Atrás, Kareem, Lasmih, Hanin, técnicos e guardas discretos. Ao longe, o mar batia como um coração reaprendendo o compasso.
Ele ergueu o pergaminho de borda azul; o selo real brilhou em vermelho.
— Pelo poder que me foi conferido, declaro reconstituído o território de Rashalah sob Mandato Real por dez anos, renovável por voto popular. A segurança, a água, a energia e o porto passam à tutela do Estado. A gestão social será confiada à Guardiã designada, com equivalência de Administradora Civil do Mandato. As receitas do porto, por cinco anos, alimentarão o Fundo Comunitário de Rashalah, a