Capítulo 232
O segundo amanhecer na Casa de Areia e Luz chegou com vento calmo e cheiro de cardamomo. Do pátio, Isabela via o deserto se levantar devagar, como quem espreguiça. As pulseiras finas batiam discretas no pulso enquanto ela conferia a agenda do dia com Lasmih.
— Conselho das Mulheres às nove, visita à escola-luz às dez, revisão do contrato da cooperativa às onze e meia — recitou Lasmih, já andando. — Depois do almoço, reunião com os pescadores sobre a doca nova. Ah, e Hanin pediu cinco minutos com você. “Cinco”, ela disse duas vezes; suspeito que sejam quinze.
Isabela sorriu.
— Cinco de Hanin valem por um decreto.
Kareem apareceu do corredor com dois rolos de planta debaixo do braço e um pão achatado na boca.
— Bom dia, majestades. Trago notícias de canos, fios e sonhos.
— Primeiro os canos — cortou Isabela, rindo. — Sonhos podem esperar; a água não.
— Sim, senhora Sheikha do Cheque e da Torneira — devolveu Kareem, piscando. — O gerador solar da dessalinização entrou em reg