A tarde caiu suave naquela casa cheia de silêncio e expectativa. Alicia arrumava a sala com gestos leves, quase automáticos, enquanto João chegava da empresa e Roberto desligava o notebook. Os três estavam nervosos, embora não dissessem isso. O coração de cada um batia acelerado, não pelo medo, mas pela novidade que estavam prestes a enfrentar juntos.
Eles se sentaram um de frente para o outro, Alicia no meio, em um sofá confortável. O sol entrava pela janela, dourando os fios dos cabelos dela, que brincava com as próprias mãos. Roberto foi o primeiro a quebrar o silêncio.
— Acho que chegou a hora da gente conversar com maturidade… e sem rodeios — disse, olhando de João para Alicia. — Eu não quero viver um relacionamento escondido, fingido ou pautado pela desconfiança. E muito menos quero que vocês vivam assim. Não quero que a Alicia fique se sentindo culpada por gostar de alguém além de mim. Nem que você, pai, sinta que está roubando algo que já é seu por direito emocional.
Alicia re