Um mês se passou desde aquela visita silenciosa e intensa de João. A vida de Alicia ganhava um novo ritmo, mais acelerado e, ao mesmo tempo, mais profundo. Pietro crescia a cada dia, o rostinho arredondando, os olhos seguindo movimentos, os choros mais precisos. Ela finalmente começava a dormir mais de duas horas seguidas e a sorrir por razões simples: o primeiro sorriso consciente do bebê, o jeito como ele apertava seu dedo com força.
Roberto estava sendo um verdadeiro parceiro. Não reclamava do cansaço, das noites mal dormidas, das mamadas que ele acompanhava em silêncio com os olhos cansados e apaixonados. Alicia o admirava. Mas, mesmo com toda a leveza que ele trazia, os sentimentos que ela escondia seguiam ali — domados, mas nunca mortos.
Foi numa manhã qualquer, entre mamadeiras e paninhos, que Roberto surgiu na cozinha segurando o celular.
— O que você acha de chamar meu pai aqui no domingo?
Alicia gelou. Levou um segundo a mais para responder. Ele percebeu.
— A gente precisa n