Alicia acordou com o peito arfando e o coração acelerado. O lençol amarrotado cobria parte de seu corpo, mas não escondia a realidade que pesava sobre sua consciência. Ao virar o rosto, viu Roberto de um lado, João do outro. Os dois dormiam profundamente, como se nada de errado tivesse acontecido.
Mas para ela, tudo estava errado.
Ela se sentou na cama com cuidado, o peito apertado como se algo a estivesse esmagando por dentro. Levou as mãos ao rosto, tentando impedir as lágrimas, mas era inútil. O que fizera? O que permitira? Como chegou àquele ponto?
Seus olhos fitaram os dois corpos nus ao seu lado. O pai e o filho. Dois homens que ela amava de formas diferentes, mas cuja ligação entre si tornava tudo inaceitável. Aquilo não podia ter acontecido.
Sentia-se suja, não no corpo, mas na alma.
Levantou-se devagar, tremendo, e foi direto ao banheiro. A água quente caiu sobre sua pele como um castigo, mas mesmo assim ela se esfregava, como se quisesse apagar o que sentia, o que viveu, o q