Mayara
O dia amanhece silencioso. Abro os olhos devagar, sentindo o corpo pesado da noite mal dormida. O medo com Gustavo não me deixou descansar direito com preocupação do seu estado, fiquei acordando para conferir como ele estava, mas agora a casa silenciosa parece em paz.
Olho para o lado e ele não está. Respiro fundo e saio do quarto, indo procurá-lo para ver se precisa de mim. Passo pelo banheiro e não o encontro, sigo pela cozinha vazia e vou até a sala.
A cena que encontro me faz parar na porta.
Gustavo está acordado, encolhido no canto sofá, e Caíque está ao lado dele, segurando um copo d’água. Meu filho pega o copo e toma um gole pequeno, volta a deitar no braço do sofá e descansa a cabeça na almofada, as pernas esticadas e os pés quase tocando o Caíque que fala com ele, a voz baixa e calma.
— Sabe, você parece um super-herói se recuperando de uma batalha difícil — ele diz, como se fosse um segredo.
Gustavo solta um risinho fraco.
— Super-heróis não ficam doentes.
— Claro que