Eduardo, um pediatra encantador com as crianças, mas um verdadeiro cafajeste com as mulheres, decide recomeçar sua vida em São Paulo após um complô das enfermeiras no Rio de Janeiro. No entanto, ao se deparar com as intrigantes enfermeiras paulistanas, seu instinto caçador ressurge instantaneamente, levando-o de volta ao seu estado safado. Anne investiu anos de estudo para se tornar uma médica exemplar e honrar seu pai. Mas um acidente devastador a leva a abandonar a medicina, optando pela enfermagem. Conforme suas vidas se entrelaçam, ambos enfrentam dificuldades a serem superadas. Como Eduardo reagirá ao descobrir o passado de Anne? E Anne, conseguirá resistir aos encantos do galanteador do hospital? Em meio a segredos revelados e corações vulneráveis, surge uma história de amor imprevisível e apaixonante.
Ler maisEduardo,Fico mais tranquilo em saber que ela não tem nenhum problema para engravidar, pode ter sido só o emocional. Ela ficou muito ansiosa para a chegada da Sophia, e está muito tensa para que nada dê errado e o juiz tire ela de nós.Eu preciso arrumar um jeito dela ficar mais calma, menos tensa e com menos medo, mas até a guarda definitiva vir para nossas mãos, eu não sei o que fazer. Não sei se a Sophia sabe do que aconteceu, mas as palavras dela dentro do carro animaram muito a Anne.Chegamos em casa, e Anne a leva direto para o banho e eu vou para o nosso quarto. Com alguns minutos, ela entra no quarto me chamando para irmos jantar. Me levanto, e pego em sua mão. Está gelada. Anne sempre teve as mãos quentes, e isso é estranho para mim.Durante o jantar, ela sempre olha para Sophia e para mim sorrindo, mas é um sorriso falso, como se ela não quisesse demonstrar fraqueza. Após o jantar, ela leva a Sophia para a cama, e quase uma hora depois ela vem para o nosso quarto.— Está tud
Anne,Eu não queria estar aqui. O cheiro de hospital me deixava nervosa, principalmente quando eu sou a paciente, e a cada segundo que passava, parecia que meu coração batia mais forte. Eduardo segura minha mão com força, tentando me dar apoio, mas eu sabia que ele também estava quebrado por dentro. Era o nosso bebê, nosso filho, o início da nossa vida.A porta se abriu, e a médica entrou com um sorriso discreto. — Oi, Anne... Eduardo. Como vocês estão? — Ela disse, com aquele tom de voz suave que as pessoas usam quando sabem que nada está bem. Olhei para ela, tentando não desmoronar. — Acho que estamos sobrevivendo. — respondi, minha voz um pouco falha. Ela acena com a cabeça, compreensiva.— Eu sei que deve ser difícil. Hoje vamos fazer alguns exames para saber o que aconteceu, tudo bem? Só pra garantir que seu corpo expeliu todo o bebê.— Expeliu, eu vi. Não vou precisar fazer a curetagem. — Queremos saber se está tudo certo com ela, e se ela vai poder engravidar de novo. Não qu
Anne,A água caía quente sobre minhas costas, mas eu não conseguia sentir nada além da dor que começou a subir pela barriga. Era uma pontada aguda, diferente de qualquer outra que eu já tinha sentido. Eu tentei ignorar, respirar fundo, mas a dor vinha em ondas, cada vez mais forte. Me apoiei na parede do chuveiro, tentando ficar de pé, mas meus joelhos começaram a fraquejar.— Não... não, por favor... — Eu sussurrei para mim mesma, como se pudesse controlar o que estava acontecendo.A cada segundo que passava, eu sentia algo errado. Uma pressão, uma angústia que não era só física. O medo tomou conta de mim, e minhas mãos tremiam enquanto eu tentava alcançar a torneira para desligar o chuveiro. Mas antes que eu conseguisse, senti algo escorrer por minhas pernas. Olhei para baixo e o pânico me atingiu como um soco no estômago. Sangue.Meu coração acelerou, e o mundo parecia desmoronar ao meu redor. — Não... não... por favor, não... — Eu comecei a gritar, mas minha voz saiu fraca, quase
Eduardo,Depois de uma noite exaustiva, enfim o dia amanhece e o meu plantão acaba. Passo em alguns leitos para ver se o medicamento está fazendo o efeito esperado, e fico contente com o resultado. Quando estou saindo do último quarto, a enfermeira barra em mim e eu a seguro para não cair.Me lembro que aconteceu a mesma coisa com a Anne, e eu só a seguro por causa do reflexo. A coloco no lugar, e ela me agradece sorrindo. Olho para trás e vejo a Helen de braços cruzados com a cara feia. Ergo as mãos e saio de perto dela para ir me trocar e voltar para minha casa, onde a minha esposa me espera.Tomo um banho aqui mesmo para não levar essa virose para casa, troco de roupa, e vou para casa. Um dia concluído, mas não com sucesso, pois como eu já tinha dito, é um saco sem a Anne aqui.(...)Chego em casa e a Sophia corre para os meus braços. É incrível, ela está acordada uma hora dessa. Olho para a Anne que parece que não dormiu nada. Dou um beijo na cabeça da Sophia, e ela volta a brinca
Eduardo,Chego na minha sala e recebo uma mensagem no meu celular. É só o celular da Anne, mas a mensagem é da Sophia.— Herói, eu cheguei em casa e você não estava. Mas a doutora disse que você estava trabalhando no hospital. Que horas você volta?— Oi minha princesa, só volto quando você acordar. — Mando o áudio para ela e espero a sua mensagem de volta, mas ela não vem. Vejo que ela mandou a mensagem há 20 minutos, mais ou menos na hora que eu sair da minha sala.Volto a olhar para os prontuários, e meu celular apita. Dessa vez é a mensagem da Anne falando que ela já está no quarto dormindo. Olho para a porta, e faço uma ligação de vídeo para ela.— Aqui é horrível sem você, sabia? — Ela ri balançando a cabeça e se senta na cama.— Imagino que seja. Como está a vida de chefe?— Um saco, eu só saio daqui se for de extrema urgência. — Conto para ela sobre o surto de virose e ela arregala os olhos.— Já tivemos um assim lá no outro hospital que eu trabalhava. Se for o mesmo vírus, ent
Eduardo,Fiz a minha família, tudo que eu mais queria agora eu tenho. Uma filha e uma esposa que eu amo muito, e ainda por cima está grávida do nosso bebê. Esse sonho eu tinha há muitos anos atrás com a Janaína, mas ela destruiu tudo isso. Agora a Anne com todo seu charme e doçura, conseguiu meu eu do passado voltar.As duas saem e eu durmo, sei que deveria acompanhá-las, mas quero que elas tenham um momento de mãe e filha. Na próxima consulta eu vou, para ter nosso momento de pai e filha. Levanto assim que Anne volta e começa a contar como foi no psicólogo, que ele usa desenhos para tirar as informações das crianças, e isso ela achou surpreendente com o trabalho dele e já pensa em fazer isso com a Sophia e outras crianças só hospital.— Agora tenho que correr, vou dar banho nela, trocá-la para levar à escola.— Não vão almoçar?— Já almoçamos no restaurante, não ia dar tempo de chegar e preparar o almoço. — Mesmo que ela tenha dispensado a cozinheira pelo mês que ela ficará em casa,
Anne,Um tempo depois, Eduardo nos chama para irmos jantar. Ela deixa as bonecas dela na cama e só leva uma para a mesa. Nos sentamos, e saboreamos macarrão com molho e frango assado recheado do Eduardo. Sophia come de um jeito que parece que está há anos sem comer nada.— Está gostoso, Sophia? — Eduardo pergunta, e ela balança a cabeça com a boca cheia. — Viu, eu sou doutor, herói e ainda sou cozinheiro. Sou o pacote completo. — Dessa vez ele olha para mim piscando os olhos, e eu balanço a cabeça negando.— Só faltou ser mais humilde. — Falo, e todos nós rimos.A refeição foi bem agradável. Depois da janta, levo a Sophia para fazer a sua higiene para dormir. Coloco um pijama nela e a deito em sua caminha.— Doutora, eu vou para a escola amanhã?— Sim, e eu vou levar você lá. Você gosta da escola?— Gosto, tenho bastante amigos lá. Você não vai me mudar de escola igual me mudou de cada casa, né?— Não, só vou te mudar de escola se você não se sentir mais confortável na que você está.
Anne, A tontura foi como se o mundo resolvesse girar de uma vez só. Segurei no braço do Eduardo para não cair e pisquei várias vezes, tentando focar. Não sei se foi o susto ou a tontura em si, mas o coração começou a bater mais rápido.— Anne, tá tudo bem? A voz do Eduardo me tirou daquele mini pânico interno. — Tô... quer dizer, acho que sim. — respondi, forçando um sorriso meio torto. — Só fiquei meio tonta agora. Sabe quando tudo gira?Ele abre a porta do carro e me sentou. Mandou a Sophia sentar no banco de trás e coloco as sacolas no porta mala. Ele seguida, ele pegou uma água e me deu para que eu beba.— Você tá comendo direito? Dormindo? Pode ser pressão baixa.— Pode ser... mas não sei, tá diferente. — Dei de ombros, tentando ignorar o mal-estar.— Anne... você acha que pode ser outra coisa?— Você tá falando de... gravidez, Eduardo?— Pode ser, né? Tem atrasado a sua menstruação? — Ele cruza os braços, com um sorriso discreto.— Não que eu tenha notado. — respondi, mas ago
Anne,Rimos da brincadeira do Eduardo, até porque, o pai dela está preso, e espero que fique lá por muitos anos, até ela completar 18 no mínimo. — Ela passa na psicóloga terça e quinta. — A psicóloga começa a falar. — Tem que leva-la sem falta. Ela estuda em uma escola pública, mas já falei com a diretora, e ela ficará uns dias em casa, por causa do trauma. — Tem algum problema se nós mudarmos ela de escola? Pois seria melhor para ela estudar em uma particular, não acha? — Eduardo se opõe, e a psicóloga balança a cabeça negando.— Não vejo problema, só mesmo se ela não se adaptar. As vezes tem amigas, a professora que ela gosta, e trocar pode não ser bom para ela, a não ser que ela queira e não goste de onde estuda. Ela mais uma vez reforça para eu não me esquecer que uma vez na semana uma assistente social virá aqui ver o desenvolvimento dela, e como está reagindo a nova vida. E isso é importante para a guarda definitiva.Concordamos com ela. Ela se abaixa e pergunta se a Sophia q