A notícia de que Aria havia falado uma palavra atravessou a casa como um raio silencioso. Ninguém gritou, ninguém comemorou em voz alta, mas Charles ficou paralisado por longos segundos, a cozinheira enxugou as mãos no avental com os olhos marejados, e até o jardineiro parou o trabalho quando ouviu o murmúrio percorrer os corredores.
Mas a única pessoa que ainda não sabia… era Dominic.
E Lia sentia o peso disso no peito.
Aria, exausta pelo próprio medo, acabara adormecendo no colo dela, agarrada ao ursinho substituto como se aquilo fosse seu porto seguro. Lia a deitou com cuidado na cama e ficou ao lado por alguns minutos, vigiando a respiração da menina.
Aquela palavra ainda ecoava dentro dela, vibrando:
“Medo.”
Não era só um som.
Era um pedido.
Era uma ferida aberta.
Era o início de cura.
Lia acariciou suavemente o cabelo da menina e saiu do quarto em silêncio.
Charles a esperava no corredor.
— Quando o senhor Hale souber… — ele disse, sem conseguir completar a frase.
— Ele vai quer