CAPÍTULO 79
Maicon Prass Fernandes
Senti a mão de Maria Eduarda no meu ombro, como se ela quisesse me acalmar, mas era tarde demais para isso.
— Está tudo bem? — Ela perguntou, mas eu já estava longe de ficar bem.
— Tudo ótimo! — Respondi, ainda encarando o Gilberto, aquele desgraçado que estava pedindo para levar uma surra.
Ele percebeu que o clima tinha azedado e tentou sair de fininho, como o rato que é.
— Rapaz... não é à toa que é ciumento. Mas fica sussi que eu já entendi, vou circular! Falô! — Levantou, se achando o tal, tentando fingir que estava tudo certo.
Nem me dei ao trabalho de responder. Só fiquei olhando para ele, com os punhos cerrados, pensando se valia a pena ou não quebrar a cara dele ali mesmo.
O encarei até que saísse, pensando se me virava ou não. Aquela peste devia estar rindo de mim, agora.
— Meu consigliere lindo... ciumento, possessivo... olha pra mim! — A voz de Maria Eduarda cortou meus pensamentos como uma lâmina.