༺ Amara Wild ༻
Abro os olhos devagar, sentindo o lençol deslizar pela pele nua. A luz atravessa as frestas da cortina com delicadeza, dourando o quarto como se o tempo tivesse parado por algumas horas.
Espreguiço com preguiça, um sorriso bobo escapando dos lábios ao lembrar dos corpos, dos toques, dos sorrisos maliciosos que dividiram comigo a manhã mais intensa da minha vida.
Ainda sinto os músculos doloridos e os lábios levemente inchados. Meu corpo carrega as marcas do desejo, mas não há um pingo de arrependimento. Só uma saudade precoce que nasce no peito.
Me viro e olho para o relógio digital sobre o criado-mudo.
Três da tarde.
Nem almocei. Não percebi o tempo escorrendo como areia entre os dedos. Coloco os pés no chão com cuidado e puxo um vestido leve de algodão do closet.
A peça desliza pela pele ainda quente, fresca do banho anterior. Faço um coque despretensioso e dou uma ajeitada no espelho. Meus olhos estão menos pesados, mas ainda há algo ali, um brilho estranho, talvez c