Mundo ficciónIniciar sesiónPonto de vista do Dom
Sexta-feira, aula monótona Nossa. Acho que eu me surpreendi comigo mesmo dessa vez. Estou ficando bom nisso. Mas na verdade não precisei mentir. Achei mesmo o sorriso dela bonito e me encontrar numa cafeteira seria algo bacana. Mas eu teria que me esforçar pra conseguir fazer ela querer se tornar uma cliente fixa. Credo... eu nem a conheço e tô pensando se ela seria uma boa cliente fixa? Esses tempos atrás fiz uma festa de despedida de solteira. Foi divertido e deu uma boa grana. Mas não gosto muito de fazer isso. Eu fui com mais dois colegas. Eu conseguia guardar um pouco do dinheiro que ganhava, mas as clientes fixas eram as que realmente estavam bancando a minha faculdade. As minhas contas, como a de aluguel, luz e internet eu pagava com o salário da farmácia. O meu custo de vida estava caro. Meu carro não era o que eu gostaria. Ele já tinha me dado problema uns meses atrás, pois estava ficando velho. Mas eu aparecer com um carro zero novo, minha família iria estranhar. E também não queria esbanjar meu dinheiro assim. Mas talvez eu trocasse esse ano por um carro um pouco melhor. Não um zero como eu gostaria. O tempo passou mais rápido e chegou a hora do almoço. A tarde foi mais movimentada na farmácia como toda boa sexta-feira. Finalmente chegou meu horário de ir embora. Cinco e trinta. - Tchau Fred, tchau senhor Nakamura. - Até mais bonitão. O Fred adorava implicar comigo. Já o farmacêutico deu um sorriso discreto e só acenou se despedindo. Apartamento refeição. Bora faculdade. - Essa aula foi péssima. O professor estava com cara de cansado, parecendo estar odiando estar ali. Mas felizmente eu só tinha só essa aula e finalmente o tormento acabou. Fui pra casa tomar banho e me transformar no garoto de programa que a senhora Joyce gostaria hoje. Cheguei no endereço dela, num bairro nobre da cidade. Digitei o código do portão. Isso foi um privilégio que conquistei nesses dois anos. Ela foi uma das minhas primeiras clientes. Entrei com meu carro e estacionei. Eu sabia que quando ela ia me receber, ela dispensava seus empregados. Então, sempre chegava no horário combinado. Isso era uma exigência dela. Eu podia abrir a porta e entrar e ela estaria me esperando em sua sala de leitura. - Olá Joyce. – Beije-a na face. – Como está se sentindo hoje? - Olá Dom querido. Estou ótima obrigada. Sente-se comigo e tome um chá. Eu vi que tinha mais uma xícara preparada pra mim e me servi do bule de chá. Não era muito fã de chá, preferia sempre café. Mas os chás da Joyce tinham um gosto bom. - Hum Joyce. – Esse chá é muito bom. Qual é o sabor? - Que bom que você apreciou. É uma mistura de frutas e flores silvestres. - Interessante a mistura. E esse livro que você está lendo. Estou vendo que não é o mesmo da última vez. Começou um novo? - Você como sempre é um bom observador. Comecei essa semana. É um romance policial. Estou gostando bastante. Tem um clima misterioso. - É mesmo? Conta mais sobre o livro enquanto faço uma massagem em seus pés. - Seria ótimo. Enquanto ouço-a falar sobre os personagens me concentro na tarefa de tirar suas sapatilhas bonitas e começar meu trabalho. Eu sempre achei Joyce uma senhora muito elegante e sofisticada. Ela está viúva a mais de dez anos e pelo que deduzi, herdou a fortuna do marido. Por mais que tenha sessenta e dois anos, praticamente o dobro da minha idade, considero-a uma mulher atraente. Na verdade, acho-a mais interessante que a Sara. As duas são as minhas clientes mais antigas. Mas de longe, prefiro atender a Joyce. Ela geralmente não quer sexo. Sim, já fizemos algumas vezes. Mas ela não faz tanta questão. Ela diz que gosta da minha companhia, das minhas conversas e ama minhas massagens. O sexo é só quando ela está naqueles dias quando os hormônios estão a mil, como ela mesmo diz. Agora fui para seu pescoço e seus ombros. - Então, claro. Pelo que percebi, você está torcendo pra que a criminosa seja essa personagem feminina a tal da Arya. Isso? - Sim. Mas ainda está cedo para eu chegar alguma conclusão. Eu ainda estou no quarto capítulo. - Então quando tivermos nosso próximo encontro você já vai estar bem adiantada e poderá me contar mais. - Sim com certeza. Na verdade, estou pensando se seria possível na outra sexta-feira, daqui duas semanas nesse mesmo horário. - Claro Joyce. Pra você eu posso com certeza. - Essa sua massagem está incrível como sempre. - Que tal eu levá-la pra seu quarto e fazer meu trabalho de massagista bem melhor? - Ah querido. Como posso resistir a esse pedido? - Estou tentando fazer uma hora extra aqui. Quem sabe eu consigo ativar os seus hormônios... Disse provocando-a uma risada enquanto caminhávamos de braços dados para o seu quarto. - Você pode tentar, meu querido. Ela se sentou na beirada da cama. - Posso ajudar a tirar suas roupas para que fique mais confortável? - Certamente que sim. Ainda mais com esse seu sorriso. Tirei sua blusa e a saia tocando sua pele suavemente. Ela era bem diferente da Sara, não gostava de brutalidade.






