Mundo ficciónIniciar sesiónPonto de vista da Purple
Primeiras trocas de mensagens O que eu faço agora? Vou pensar melhor sobre isso. Ainda não estou pronta para responder essa mensagem e seguir em frente com essa decisão de ir mesmo em frente com essa fantasia. Levanto-me e converso com meu cãozinho fofo que abana o rabo pra mim. Eu tiro a camisola e visto uma roupa confortável e desço as escadas do meu sobrado em direção à cozinha para preparar uma ótima xícara de café. Faço tudo isso pensando na linda foto que o Dom me enviou. Ele é muito bonito mesmo. Será que ele é assim pessoalmente? Eu termino meu café e chamo meu cão para me seguir até a garagem e entrar no carro para irmos até o petshop. Coloco uma música no rádio animada e cantarolo de bom humor. Depois de entregar meu cão ao atendente, eu resolvo passar no mercado para comprar alguns itens que faltam na minha geladeira. No entanto, percebo que no caminho não paro de pensar no que eu deveria perguntar ao Dom, já percebendo que eu decidi ir em frente com essa loucura. Quando volto pra casa começo a guardar as coisas que comprei, uma ideia surge com força. E se eu pedir pra sair pra só conversar com ele na primeira vez, como um encontro? Só pra eu ter certeza se vou ter atração física suficiente e não achar que vai ser muito estranho. Será que ele topa esse tipo de coisa? Bom... não custa perguntar. Pego meu celular já tremendo. Vamos lá. Coragem Purple. Olhei no status dele e notei que ele esteve online a poucos minutos atrás. Vamos ver se ele me responde logo. “Olá Dom. Eu tenho muitas dúvidas já que nunca usei esse tipo de serviço. No site vi que vc cobra por hora e que não tem lugar fixo. Isso quer dizer que vc aceita se encontrar comigo em qualquer lugar? Enviei. Agora que comecem os jogos. Ponto de vista do Dom Eu estava atendendo um senhorzinho que estava acompanhado de sua filha na farmácia com uma lista longa de remédios em sua receita. Eu estava sendo atencioso e simpático como sempre quando senti meu celular vibrar no meu bolso. Não poderia olhar agora. Mas já estava quase na hora da minha pausa para o café. Só mais dez minutos. Terminei de atender o senhor e percebi que sua filha sorriu pra mim um pouco mais que o normal e recebi uma cotovelada do meu colega de trabalho. - Caramba cara. Você sempre deixa as clientes tontas. Eu apenas revirei os olhos. - Vou fazer meu intervalo agora. Aguente as pontas aí Fred. - Pode deixar bonitão. Fui para os fundos da loja me sentei numa banqueta e peguei meu celular. Sorri quando vi que era uma mensagem da Purple. “Olá Dom. Eu tenho muitas dúvidas já que nunca usei esse tipo de serviço. No site vi que vc cobra por hora e que não tem lugar fixo. Isso quer dizer que vc aceita se encontrar comigo em qualquer lugar? Ela está com dúvidas do local. Vou sugerir o hotel que usou às vezes. “Olá, Purple fico feliz que retornou. Eu aceito sim, aonde vc quiser ir, desde que seja na cidade. Ou posso sugerir um hotel pra gente se encontrar se vc preferir.” Logo em seguida vi que ela estava digitando uma resposta. “Vc aceitaria por acaso se encontrar comigo, como é minha primeira vez num lugar público, como uma cafeteira?” Nossa, ela parece bem tímida. Vou facilitar pra ela. “Claro sem problema. Só me diga quando e onde vc gostaria de me encontrar.” Espero que ela não diga esse sábado, esqueci de avisar que vou estar fora da cidade visitando minha mãe. Ela estava demorando um pouco pra responder então resolvi tomar um gole do café da cafeteira que alguém tinha feito. Nossa, estava horrível! Morno e fraco. Mas tomei mesmo assim. Chegou nova mensagem. “Dom, vc teria disponibilidade nesse domingo às 17h? Pensei que esse horário seria perfeito, porque eu já teria chegado da casa da minha mãe. Parece que o universo estava conspirando ao meu favor. “Esse horário é perfeito pra mim. É só me mandar o endereço e se importaria de mandar uma foto sua também? Acredito que vc não seja menor de idade, mas preciso garantir e também quero te reconhecer facilmente.” Eu não queria correr o risco de me encontrar com uma menor de idade ou uma drag queen. Sei lá. Poderia ser uma armadilha. “Claro, entendo perfeitamente. Vou escolher uma foto aqui e já te envio.” Esperei algum tempo. Deu meu horário e tive que voltar ao trabalho. Quando estava no balcão atendendo uma mulher com uma criança no colo, meu celular vibrou. Imaginei que seria a foto da Purple. Agora teria que terminar de atender primeiro e ser discreto ao abrir a foto e mandar uma mensagem de resposta. - A senhora precisa de algo mais? - Ah sim. Acabei de lembrar que preciso de um antigripal infantil e um antialérgico também. - Entendi. Já vou pegar. Alguma preferência? - Pode pegar o que considerar melhor. Não me importo. - Claro. Está tudo aqui. Mais alguma coisa? - Acho que não. Obrigada. - Pode deixar que ajudo levar suas compras até o caixa. - Eu agradeço. Essa bebê está bem pesada. Depois que terminei esse atendimento avisei meu colega que ia ao banheiro. Sentei-me no vaso e fechei a porta pra ter privacidade. Abri o celular e vi que tinha mesmo recebido uma foto da Purple e abri. Era uma moça clara de olhos e cabelos castanhos e um sorriso bonito. Acho que estava perto dos quarenta anos, mas não tinha certeza. Resolvi responder em seguida. “Purple. Adorei sua foto. Seu sorriso é lindo e a cor da sua blusa combina com seu nome. Estou ansioso para nosso encontro de domingo.” Finalizei com uma carinha piscando.






