Voltando a conversa de pai e filho.
James,
— Tá bom, pai, não precisa entrar em detalhes, só não entendi uma coisa, meus avós já estavam mortos? — Nego com a cabeça, e passo a mão pelo meu rosto. — Qualquer pessoa acordaria com o cheiro de fumaça, e se isso não fosse o suficiente, na hora que o quarto esquentasse, acordaria.
— Eles não podiam se levantar, mas vou chegar lá. Nessa mesma hora, uma madeira caiu sobre o meu rosto, deixando uma marca horrível de queimadura. Mas o que aconteceu com eles, deixou mais marcas em minha mente do que uma pele queimada.
— Não me lembro do seu rosto queimado, pai.
— Quando você nasceu, eu tinha me livrado da culpa, e não queria que você tivesse medo de mim, ou que seus amigos ficassem rindo de você por ser filho de um monstro.
— Hum, interessante isso, né pai? Seu julgamento só é válido quando é com você.
— Deixa eu terminar. Você queria ouvir, agora escute. Fiquei 10 anos, sozinho, sem sair de casa. Contratei o seu tio Edson para trabalhar para mim, na época, ele era um advogado, e