Na éra onde os militares governavam não só a política e os interesses do estado, mas a todos. Censura por censura, tortura aos que o governo considerasse digno de sofrê-la. Clarice, filha do grande general Sporgihan, vê seu mundo desmoronando quando seu pai anuncia que escolhera o filho dum influente almirante como seu futuro noivo, homem na qual ela odeia com toda força. O que Nicolau não sabe, sua filha tem no coração um misterioso rapaz que conhecera de modo inesperado, alguém na qual ela jamais poderia ter... Afim de livrar-se de igual destino infeliz de suas irmãs, Clarice mesmo sabendo que seu amor era impossível, pois, riqueza vem primeiro que o sangue propõe um ousado e desafiante acordo a seu pai... Suas escolhas porém, resultam numa série de perseguições e problemas que jamais imaginara afinal nem mesmo o amor impedirá de no futuro sermos condenados. Atenção: Todos os personagens,incidentes e acontecimentos são fictício, porém baseados numa época real.
Leer másEra uma vez...
Era uma vez um país onde as pessoas foram proibidas de pensar, falar e fazer o que acreditavam ser o certo.
Era uma vez um país onde muitos foram presos, torturados e assassinados... sem misericórdia ou piedade do jovem ao mais velho...Era uma vez um mundo onde crianças e adolescentes foram judiados e privados da proteção de seus pais... Meninas vendidas em casamentos para homens maduros portadores de grandes riquezas tendo sua infância consumida pela sexualidade...Era uma vez... Uma história triste que ninguém gosta de ouvir, mas, precisa ser lembrada, contada e recontada para nunca se repetir.. .(Baseado no poema do Livro: Direito a memória e a verdade. Pág.10)
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Na década de 70, histórias nunca contadas, pessoas
esquecidas ou até desconhecidas, famílias obrigavam suas filhas a casarem com quem decidissem por interesses próprios. Uma lei que deveria ter sido abolida, mas para muitos tradição é tradição. Não há no mundo ordem que os impeçam de conseguir o que almejam, afinal tudo é em nome da tradição. Poderosos militares, opressores e influentes na sociedade determinavam quais leis cumpririam, e as que o povo teria de cumprir.Ninguém fazia nada a respeito. Qualquer que se levantasse contra o conselho supremo, era silenciado, somente a morte de um traria paz e felicidade ao outro.
Ah... Havia aquela família, não uma qualquer, a minha família, grande e importante, com influência aristocrática elevada. Nicolau e Elisabeth Sporgihan, tinham cinco filhos. Alysson a mais velha, Aléssia segunda mais velha. Os gêmeos idênticos Alésser e Alessander, por último eu Clarice. Nicolau um dos homens mais respeitáveis e temíveis, General de toda força Militar da nossa cidade. Extremamente rico. Alguns diziam que era o mais abastado do país, outros, que sua riqueza seguia à frente até do presidente! Entretanto, por baixo de tanta aparência, força e seriedade, guardava consigo um grande segredo...Para a população, éramos uma família feliz e unida, o que não chegava perto da nossa realidade. Papai, extremamente frio, rude, grosseiro e muito violento, principalmente com
a mamãe, ambos pareciam não se amar, carinho um para com o outro jamais o vi, em quartos separados dormiam.Comigo? A única na qual agia com certa gentileza, o que causava atrito entre as meninas, diziam que recebia este tratamento por conta da aparência, pois sempre me
descreveram como uma princesa vinda dos contos de fadas, de pele clara e macia, olhos azulados como o mar iluminado a luz do luar, lábios rosados, cintura delineada, cabelos castanhos cumpridos e ondulados, eram essas suas palavras, mas não creio que seja por este motivo, nenhum pai ou mãe demonstraria afeto a um filho baseando-se na aparência, isto creio.."O Diário de Clarice"
Querido diário. Há doze anos, papai casou minha irmã mais velha com um rico mercador, forçadamente, ela não o amava, também não o conhecia, entrou chorando na igreja. O homem, onze anos mais velho, para sua sorte não era um gorducho, com todo respeito, desde criança Alysson tem um certo trauma, (digamos que nossa tia camélia quase a matou esmagada num incidente). Um ano depois foi Aléssia quem casou, com um magnata riquíssimo, dezoito anos mais velho, também forçada.Nenhuma de minhas irmãs conheceram o amor verdadeiro.
Sinto tanto por elas, Alysson fantasiava seu casamento mais que a todas, hoje vive amargurada, aparentemente seu marido é gentil e carinhoso, até lhe permite gerenciar alguns de seus muitos negócios, mas não sei se isto lhe é suficiente. Não tenho exatamente o que dizer sobre o marido de Aléssia sempre o achei estranho, e raramente tive contato com ele. Ambas odeiam o papai, e nas minguadas vezes que nos visitam, certificam-se de que o mesmo não esteja presente. Confesso estar preocupada por demasiado, este ano será a minha vez de completar 16, temi esta idade, como o rato teme um gato, pois não quero casar sem amar, espero encontrar um amor antes que meu pai um noivo. Ainda que pareça mais determinado na busca de noivas para meus irmãos. A qual segundo nossa cozinheira, só querem farra com as mulheres... Após três luas será meu aniversário, papai disse que faria a festa do século! Se eu gosto festas? Não muito, uma simples reunião em família para mim seria o suficiente, mas não estou certa se teria uma verdadeira família para reunir, e como sou a filha que não o contesta, sempre obedece suas ordens, Ele faz questão de retribuir com alguns presentes, essa festa se agrega a mais uma recompensa por ser a boa moça da casa.Mas, sabe querido diário, aquelas perguntas ainda rodeiam por minha mente, em cada respirar, será que viverei um amor? Ou estarei destinada a carregar um fardo de infelicidade por toda eternidade? Ou será que o amor... Não existe? Será que o amor é apenas fruto da imaginação dos escritores que leio?...Ah... Caro leitor, eu só não sabia que o destino já havia reservado uma deslumbrante e intensa história de amor para mim...."Diário de Alésser" Faz um bom tempo que não nos vemos, senhor diário, se descobrissem este meu hábito, por certo estaria em maus bocados. É dificil não ter com quem se abrir, mais dificil ser soldado quando não se quer nem um pouco, não me sinto eu mesmo, só queria poder sumir e viver junto com aqueles que amo, sem precisar fingir o que sinto, sem ter de carregar todo dia esse fardo de tristeza e solidão.... O que é ridículo de se dizer, afinal, não tenho permissão para sentir, tenho apenas de agir em favor do meu país, do meu governo, não importando contra quem seja a pátria vem antes que o sangue... É o que eles me ensinam sempre. .... Clarice olha para o irmão que acabara de abraçar. — Quer conversar sobre isso? — Não foi nada, só precisava de um abraço da minha irmãzinha. Era evidente que a menina não estava convencida. — Quer tomar um sorvete? — O que? — Pergunta sem crer no que ouv
"Diário de Clarice" Querido diário, para falar a verdade, me sinto decepcionada com o colégio, não se parece em nada com o que imaginei, pessoas, superficiais, egoístas, será que entrei de cabeça num ninho de víboras? Devo desistir? Não! Não posso, preciso me manter firme, estou numa missão muito importante, na lutar por minha felicide, que venha o que vier, darei um paço de cada vez, na esperança de um futuro incerto, mesmo que eu tenha de guerrear comigo mesma...Olharei para a luz e seguirei em frente, uma chama queima dentro de mim e no mais intenso fala que serei feliz por completo...Será? De coração almejo que sim. ... "Mais tarde" Assim que o ultimo sinal bateu, Clarice saiu o mais depressa possivel, já estava farta, passara todo o intervalo com madame gertrudes e o diretor, ambos falavam apenas de seu pai e seus irmãos. Ao sair pelas portas, José estava a sua espera.
"Diario de Demitry" Caro diário, não nego a fúria que sinto ao ver tamanha injustiça no mundo, preciso aprender a controlar meu temperamento perante os males do dia a dia, só assim se torna possível sobreviver nessa corrente de víboras, mas escrever e pensar é muito mais fácil do que agir.... Tenho estado tão indignado com o que vejo que se quer tive tempo para pensar nela, mas quando o faço, é estranho de explicar, parece que todos os meus problemas somem, estou enlouquecendo? essa me parece a única resposta sensata, devo ter enlouquecido, não posso me apaixonar por alguém que definitivamente não conheço... ...... Clarice, acabara de entrar no colégio, estava tão maravilhada com o que via, que não pensou em Demitry, embora tê-lo visto e sentir os lábios nos seus, melhorou e muito seu humor, na verdade a deixou deveras contente, em seu coração sentia que o veria outra vez. Por hora, focaria apenas n
— você? — ele diz. — Dessa vez não me esbarrei. — Culpado — Sorri. Clarice sente um tremendo formigar em seu estômago. Até que de repente alguém o arranca de cima dela. — Mas que.... Tarado? Demitry? O que raios estava fazendo em cima de minha irmã? — Agradeceria se me soltasse Alésser. Algum engraçadinho derrubou-me da bicicleta. Alésser o solta. Clarice os observava perplexa, ainda no chão. Demitry lhe estende a mão. — Peço que me perdoe senhorita Clara. Não tive a intenção de lastima-la. — imagina, não foi lástima alguma. — O olhava encantada. — Perdi alguma coisa? — Pergunta Alésser, olhando suspeitoso a ambos. — Não saberei lhe responder amigo, mas tenho de ir agora, estou atrasado. — Diz enquanto levanta sua bicicleta. — se demorar mais meu chefe me comerá vivo, foi bom revê-la, senhorita. — Digo o mesmo. Demitry vai embora com leve sorriso no rosto. — Gosto dele, um bom rap
"Quatro semanas depois" Clarice estava verdadeiramente feliz naquela manhã, finalmente seu pai a permitiu voltar ao colégio. Fátima ajudou-lhe vestir o uniforme, enquanto Claudine preparava um café da manhã bastante reforçado e José conferia se estava tudo certo com o carro.Uma batida na porta. Fátima abre.— Senhora Elisabeth.— Minha filha?— Quase pronta, senhora.A mulher a encara com olhar gélido fazendo morrer o sorriso.— Saia... Por gentileza.A empregada se retira silenciosa.Ao avistar a mãe pelo reflexo do espelho de sua penteadeira, Clarice se coloca de pé sorridente.— Mamãe!A mulher permanece numa expressão séria e vazia, mirando a filha de auto abaixo.A menina abandona o sorriso, intrigada.— Me pergunto como conseguiu convencer seu pai lhe ceder permissão de retornar ao colégio... Sobretudo... Fazê-lo recusar o convite de cortejo do co-Almirante LeBlanc.A menina vira-se de costas
Diário de Clarice.Querido diário, acho incrível a vida ser cheia de surpresas, como pode mudar drasticamente da noite para o dia. Ao futuro, sempre tive medo na mesma medida da minha esperança, afinal é assustador não saber o que irá acontecer no amanhã, mas prefiro me segurar na certeza da felicidade. Ultimamente meu coração tem dito que algo sucederá em breve, não sei se será bom ou ruim, mas estou preparada para as mudanças que a vida me trará. ...Alessander abre a porta.De tudo que poderia ocorrer naquele dia, certo era, Nicolau jamais havia imaginado aquela cena, por um momento pensou estar louco, todavia, não era o caso, sentira uma pontada no peito, uma pontada de stress, O que por Deus! Clarice fazia ali?— Mas, O que significa isso? — Diz colocando-se de pé, incrédulo.A menina adentra com postura refinada o olhando séria. Um olhar familiar. lembrava a seu pai nostalgicamente alguém muito qu
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