Paula Moretti
O mundo parou.
Não de uma forma dramática ou barulhenta, mas num silêncio súbito e absoluto.
Como se o próprio ar tivesse sido sugado do closet. Nicolo, aquele homem que era uma fortaleza de gelo e granito, ou simplesmente a minha possível “geladeira-duplex” como secretamente gostava de chamá-lo, estava ajoelhado a meus pés.
E a sua vulnerabilidade, exposta naquela pergunta carregada de uma insegurança profunda, era mais desconcertante do que qualquer um dos seus ataques de fúria.
“Está incomodada de que eu seja tão mais velho que você, Donna?”
A voz dele, normalmente uma avalanche de autoridade, soava rouca, quase frágil. Os seus olhos estão em uma cor que me lembra uma tempestade, ele fitava os meus com uma intensidade que ia além do desejo. Era um pedido de validação, uma fenda na sua armadura através da qual eu via o homem, não o Don, ao qual deveria respeitar e de certa forma temer.
Analisei a pergunta com cuidado, embora a minha resposta já estivesse formada no meu