— Aonde nós vamos? — ela perguntou assim que passei pela porta.
Eu ainda estava ofegante da corrida. Vinte e um quilômetros. O corpo cansado, mas a mente limpa, finalmente. O cheiro que veio da cozinha me atingiu como uma recompensa: torta assando — doce, quente, convidativa. As habilidades culinárias de Hailey tinham melhorado absurdamente, e confesso que aquilo me deixava um pouco impressionado.
— É uma surpresa. — respondi, inclinando o corpo para espiar o que ela estava preparando.
Ela me olhou de lado, desconfiada, e ergueu a colher na altura da minha boca. — Prova.
A massa derreteu na língua. Merda, estava boa. Boa demais. Não sei o que ela andava vendo no YouTube, mas definitivamente estava funcionando.
— Então? — ela perguntou, com aquele olhar vitorioso.
— Tá ótimo — admiti, lambendo os lábios. — Mas não tenta me distrair. Vai lá, veste algo confortável.
— Confortável como? — retrucou, arqueando uma sobrancelha. — Como vou saber o que vestir se não sei pra onde vamos?
Sorri,