POV VITÓRIA.
A sala estava tomada por um silêncio, cortado apenas pelo som do relógio antigo na parede.
O tique-taque parecia zombar de mim, cada segundo um lembrete de que o tempo estava passando e o plano, o maldito plano, estava desmoronando diante dos meus olhos.
Vayrom encostava-se despreocupadamente na mesa, o sorriso insolente de sempre no rosto.
Os olhos dele, tão claros quanto o gelo do norte, me estudavam como se eu fosse uma peça em seu jogo pessoal.
— Quer repetir o que acabou de dizer? — perguntei, cruzando os braços.
Ele deu de ombros, a jaqueta de couro deslizando nos ombros largos.
— Eu disse que não era tão simples quanto você pensava. Aurora não é qualquer garota, Vitória. Ela tem algo… diferente. Você devia saber disso melhor do que eu. E você sabe que isso já passou de humano, todo mundo está vendo.
A forma como ele disse “você devia saber” me fez cerrar os punhos.
— O que eu sei — falei, dando um passo em direção a ele — é que você falhou. Sua única função era apr