POV AURORA.
Três dias. Três longos intermináveis dias.
O silêncio de Kael me consumia mais do que qualquer palavra dura que ele pudesse ter dito.
A cada manhã, eu chegava na Tecnocare e esperava vê-lo atravessar o corredor — aquele andar firme, a camisa sempre um pouco aberta demais, o olhar que parecia me prender por dentro. Mas não havia nada. Nem uma mensagem. Nem um “bom dia”.
Nada.
O escritório parecia mais frio sem ele. Até as paredes pareciam me observar, sussurrando que eu tinha me enganado ao acreditar que poderia existir algo real entre nós.
Ele simplesmente sumiu.
Seu pai também não estava, e quando estava, estava sempre a portas fechadas em seu escritório. Era Maria quem me dava as coordenadas e agendas.
As noites foram piores. Eu tentava dormir, mas os sonhos me arrastavam para um lugar estranho — cheio de sombras e vozes femininas. Elas murmuravam coisas que eu não compreendia. Algumas choravam, outras riam com um som oco, distante. E entre elas, eu via um vulto de cost