POV AURORA.
Três dias.
Três dias desde que estive na casa de Kael.
Três dias desde que ele dissera me escolher e me tomou para si.
Eu ainda sentia o cheiro da camisa dele na minha pele, o calor daquelas mãos firmes, a lembrança dele dentro de mim, forte, firme, meu.
Mas agora, de volta à rotina fria da Tecnocare, tudo parecia um sonho perigoso.
Um segredo sussurrado em meio ao barulho das máquinas e das vozes distantes dos corredores.
Desde então, Kael e eu só nos víamos às escondidas — encontros rápidos, intensos, quase urgentes. Um toque na sombra, um olhar roubado atrás das portas, um beijo sufocado antes de alguém entrar.
Era doce, intenso e insuportável ao mesmo tempo.
Mas aquele dia estava diferente.
Desde cedo, senti o ar denso, pesado. Gente que não costumava estar ali aparecendo, vozes abafadas atrás das portas do andar superior.
Quando subi com uma pasta de relatórios, notei dois seguranças novos no corredor principal — e o olhar deles me acompanhou até a escada.
Algo esta