Capítulo Dois

Raya sentia seu coração acelerar, enquanto via o olhar do homem desconhecido analisando cada centimentro de seu corpo, enquanto ela servia algumas cervejas, alegou ao dono da taberna de que não estava bem no dia para fazer uma dança. Pois era isso que ela fazia naquela famosa casa, dançava. 

 E isso para a pequena aldeia onde ela morava, era a coisa mais absurda, e impossível de um amulher fazer e conviver como antes em sociedade, era oprimida pelos moradores, por sobreviver. Nos momentos que mais lhe odiava, era quando via as meninas de sua idade, colhendo flores, enquanto ela colhia palavrões dos homens insatisfeitos. 

  — A caneca do visitante está vazia, Raya. — O ddono da taberna puxou seu cotovelo. — Quero vê aquela caneca cheia. 

  — Não pode fazer isso ? — Se atreveu a perguntar, mas pela cara de raiva do homem ela percebeu que não. — Farei isso. 

 Raya, suspirou um pouco pesado quando olhou para as costas musculosoas do homem, e assim prosseguiu até ele com o vaso que continha o líquido que ele desejava. Quando ela chegou perto, conseguiu confirmar que ele não era dali, pois ele cheirava a flores do campo, e os homens dali cheiravam a lama de porco. 

 — Sabe me dizer onde posso me hospedar esta noite? — O homem sibilou baixinho. 

 Raya, já tinha ouvido aquilo. 

 — Na taberna, há quartos vazios, mas apenas o dono tem a chave. —  Raya não sabai porque estava respondendo aquilo, mas fora automático. — Eu não vou pedir. 

 — Achei que tinha enferrujado em minhas tentativas de cortejar, uma fêmea, e tenho certeza agora — O homem exibiu um sorriso, sorriso esse que era lindo. Raya, engoliu em seco. v O que faço para ter você em minha cama? 

 Direto e simples. Raya ficou impressionada, mas não a ponto de ir. 

 — Me espere na árvore, ao lado da taberna. 

 Na verdade, ela só queria espantar, pois todos sabiam que aquela árvore estava cheia de fezes dos porcos que o dono da taberna criava, e logo o homem iria desisitir ir embora. Raya, fora esperta, mas não contava que o homem fosse confirmar com um blanço da cabeça. 

 Minutos se passaram. E só assim, o dono da taberna percebeu que o visitante não se encontrava na casa, ele olhou para Raya e a segurou pelo cotovelo, a mulher o olhou surpresa, ela já sabia do que se tratava. 

  — Vá procurá-lo, ele gastou o mês inteiro de nossos clientes, apenas essa noite. 

 Raya suspirou. Achou que não faria maiis isso. 

  — Sim, mas não será minha culpa se ele foi embora. 

 A mulher puxou seu braço, e assim saiu das garras do homem. Quando chegou ao lado da taberna, não viu ninguém, ela puxou um sorriso em seus lábios, ele tinha ido embora. Mas logo voltou atrás, pois uma sombra saltou em sua frante, pesado, era o homem. 

  — Porque ficou?  — Raya se atreveu a perguntar. 

  — Gosto de manter minha palavra, e com mais fervor a damas  — O cara era bom com as palavras.  — E então irá cumprir a sua? 

  Raya pensou por um momento, era sua última noita naquela casa, nunca mais voltaria aquela casa, e não iria ver a face daquele homem por um bom tempo. E então teve a coragem de ser o que muitos diziam que era. Apenas por aquela noite ela se permiyiu ser, a vadia da taberna. 

  — Posso saber seu nome?  — Raya perguntou. Um frio subiu em sua espinha, quando viu o cara sorrir. 

  — Porque deseja saber o nome de quem vai te comer apenas por uma noite?  — O homem disse. 

 Talvez era realmente isso que Raya queria ouvir, ele pensava da mesma forma, era apenas uma noite e nada mais. Mesmo assim, o frio na barrihga lhe tomou conta, e só sentiu isso uma vez, e não fora com seu companheiro, era quando caminhava pela floresta com uma pessima sensação de que estava sendo seguida. 

  — Está certo, não quero saber seu nome. 

 Raya disse baixando a cabeça. E o homem ergueu seu queixo com o polegar. 

  — Quero que me olhe nos olhos, a noite inteira. 

 Era apenas dois desconhecidos em uma noite naquele imenso lar de estrelas. A lua era apenas a sua testemunha de que os dois iriam pertencer um ao outro. Quando em sua casa, as coisas aconteceram rápidas, e tudo foi um borrão de prazer e grandes orgasmos, Raya ainda conseguiu manter seus olhos nos do desconhecido, mesmo enquanto recebia tudo dele. 

 A mulher conseguiu marcar algumas coisas nele, sua cicatriz em suas costas, e seu olhos verdes com uma esmeralda, e de como sua sede por seu corpo era admirável, de seus toques em seu corpo. Já o homem, sempre mantinha seu rosto impassivel, talvez porque ele não conseguisse apreciar seu corpo, Raya não se achava bela, e suas costelas eram o desenho que marcava sua cintura, ela não passava de ossos e pele. 

 Na manhã seguinte, ela sentiu a brisa soprar seu rosto, e ver uma criatura na sua porta, uma fera das mais primitivas, mas quando limpous seus olhos com as costas das mãos percebeu que se tratava do homem que estava indo embora. Ele sibilou alguma coisa, mas Raya não conseguia saber o que era. 

  Depois daquela noite, não conseguiu permanecer em sua vontade de fugir, sempre com a noite caindo se imaginava nos braços do homem desconhecido novamente, mas ele não voltou. Não deu pra disfarçar que a cada batida em sua porta imaginava ser ele, mas era apenas o dono da taberna. 

 Raya passou a ir frequentemente na taberna, duas semanas se passaram e ele não apareceu. 

 Vomitava pela segunda vez naquele dia, quando o Ravi no seu canto de olho. O homem estava encostado na árvore que se encontrava com o desconhecido, e Ravi exibia seu sorriso de escárnio. Mas, tinha alguma coisa nele, que Raya não conseguia identificar o que era. 

  — Dessa vez não fui eu que fui te procurar.  — Raya conseguiu dizer. 

  — Eu sei que passou a noite inteira com aquele cara, ele te comeu melhor que eu?  — Ravi disse e após avançou sobre Raya, e a segurou pelo cotovelo.  — Você é só minha, Raya! 

  — Me solta agora, se ele aparecesse nesse momento aqui, eu iria com ele sem hesitar. 

 Raya viu Ravi, mudar sua expressão, para um pesar horrivel. odiava quando sentia pena de si. 

  — Fugiria com o homem que matou seus pais? 

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