"Clara enfrenta uma difícil decisão ao fugir para escapar do abuso físico e psicológico infligido por seu marido, o policial agressivo e possessivo, Ruan. Com a ajuda de sua amiga Ana, Clara conhece Jorge, que também busca libertar-se de sua própria situação opressiva. Surgem questionamentos sobre o verdadeiro custo da liberdade: será que sua filha a perdoará por levá-la para longe do pai? E quanto à segurança de fugir com um estranho e adotar novas identidades? Essa história mergulha nas complexidades emocionais e éticas enfrentadas por Clara e Jorge em sua jornada pela liberdade e amor"
Ler maisEra fim de tarde de outono e as folhas estavam a cair das árvores, algumas caiam tão lentamente que pareciam dançar com vento até o chão.
Clara não queria voltar para casa após a alta do hospital, com olhos cansados, segurava sua bolsa enquanto observava Ruan do lado de fora do quarto do hospital, onde ele assinava alguns papéis. O médico, preocupado com as quedas frequentes de Clara, começou a questioná-la, mas foi rapidamente interrompido por Ruan seu esposo. -A senhora tem certeza que foi isso mesmo que aconteceu? É a terceira entrada no hospital da senhora como queda. Gostaríamos de saber como tem sido essas quedas? - Eu.... (clara logo é interrompida) -Ela nao está se alimentando direito já falei com o doutor, ela que precisa se alimentar, mas pode deixar vou ficar de olho - respondeu Ruan duro e seco já pegando a mão de Clara para sair do quarto. - A senhora tem algo a completar sobre as queda, como que machucou o tórax? E o ferimento da cabeça? - O que o Doutor está insinuando? Que ela foi agredida? Sou um policial quer chamar a polícia? Clara observou a cena com uma expressão cansada, sentindo-se presa em um ciclo de preocupações e tensões que só pareciam se agravar ano após ano. As agressões eram algo constantes na vida de Clara, Ruan é um policial, agressivo, possessivo, ciumento e bêbado. Seu vício há alguns vem sendo a bebida, e a cada noite piorava. Gostava de tocar violão e estava quase perdendo seu emprego na polícia por conta da bebida que toda noite o destruía pelos cantos dos bares. -Vamos meu amor ? Você está liberada, já assinei a sua alta e vamos a farmácia, vou comprar umas vitaminas para que você fique bem, vamos ... (Ruan a segurava pelo braço para leva-la embora). Em silêncio, Clara ponderava a proposta de Ana para fugir para longe e começar uma nova vida longe de todos. Contudo, surgiam preocupações sobre como ela poderia trabalhar e o que aconteceria com Carol, tão apegada ao pai. Clara sabia que Carol não aceitaria fugir e ficar longe de Ruan seu pai, e o medo de que ele a encontrasse apos fugir assombrava seus pensamentos. Com tantas perguntas sem respostas, Clara percebeu subitamente que estava novamente em frente à sua casa, confrontada com a realidade de uma situação da qual não sabia como escapar. -Venha meu amor, dessa vez farei tudo diferente você vai ver. Serei um novo homem, o marido que vc merece e precisa. Vem aqui amor me dá um abraço.! -Não! Clara recusou seus avanços. -estou cansada com dor, minha cabeça ainda dói, preciso me deitar. onde está meu celular ? -Ah o celular? Ruan, com um semblante de falsa ternura, Ao perguntar pelo celular, Ruan respondeu com um sorriso cínico, sugerindo que ela não precisava mais dele, estaria sempre por perto para cuidar dela. Não tendo necessidade de um celular. Clara sentiu um arrepio de medo percorrer sua espinha, percebendo que estava cada vez mais isolada e controlada por Ruan, sem uma maneira fácil de escapar dessa prisão emocional. Na mesma noite ele bebeu, como de costume, suas promessas nao tinham efeito. Clara logo fora surpreendida com ele na cama cheirando a álcool novamente mas decidiu não mais brigar ou lutar. Ficou em silêncio pensando sobre a conversa anterior com Ana que lhe prometeu ajuda_la para sair de casa. E decidindo a não mais passar por isso em sua vida, a noite foi longa pensando nas formas e possibilidades de buscar sua liberdade e realizar uma vida como sempre sonhou e não pode viver ao lado de Ruan.Retornaram para dentro, tentando disfarçar a intensidade do que havia acontecido, mas Tito já estava ligado no movimento. Ele continuou deitado no sofá, os olhos semicerrados, mas com um sorriso no rosto. Assim que Jorge entrou, Tito se levantou rapidamente. — Parece que tem cheiro de café por aqui — disse ele, passando ao lado de Jorge e sorrindo de maneira travessa. — E aí, parceiro? Parece que resolveu umas coisas por aqui, sorriu o amigo Jorge apenas fez um sinal de positivo, um sorriso satisfeito nos lábios enquanto se espreguiçava no sofá. A leveza do momento contrabalançava a intensidade que ainda pulsava dentro dele. Enquanto isso, Clara sentiu uma mistura de emoções. A adrenalina ainda corria em suas veias, mas ela sabia que precisava voltar à realidade. Foi até o quarto para ver se Carol já estava acordada. O coração batia acelerado, suas pernas ainda estavam trêmulas, uma lembrança do que havia acontecido momentos antes a fazia corar o rosto. Ela entrou no quarto, e
O sol estAva ainda a nascer quando Clara levantou e foi preparar um café sem fazer muito barulho. Queria deixar algumas coisas pronta para que Carol pudesse ter atenção ao acordar. Em silêncio estava a preparar na cozinha um café quando se virou foi surpreendida por Jorge a olha-la e ele se aproximou -Bom dia, dormiu bem? Perguntou ele Se aproximando levemente dela. Deu uma mordida nos lábios e mais um passo em sua direção Clara por sua vez sentia o coração bater mais e mais forte a cada passo que ele dava em sua direção -E a noite ? Se divertiram? perguntou ela Jorge perto se aproximando da pia, passou proximo a seus ouvidos e falou baixinho -Voce não estava aqui. Eu fui dormir Ela sem saber o que responder logo jogou sua preocupação sobre o que poderia ter acontecido -Mas Ana estava? entregou o copo a ele e foi em direção a porta olhando a varanda da casa que ficava de frente para a rua. O sol estava a nascer e começava a clarear a rua e as árvores, os
Na sala, as risadas continuavam, mas Jorge estava claramente desconfortável com as investidas de Ana. Ela tentava se aproximar, até jogando-se no colo dele em algumas ocasiões, mas ele sempre desviava, educado, sem querer criar um mal-estar. A situação começava a ficar insustentável para ele.Por fim, Jorge decidiu encerrar a noite, buscando uma saída. -Ana, acho que é melhor a gente descansar, disse ele, com um sorriso calmo, tentando suavizar o momento. -Você pode dormir no meu quarto, e eu fico aqui na sala com o Tito.Ana, visivelmente desapontada, cruzou os braços. -Dormir no seu quarto sem você? Que graça tem isso? Ela sorriu, tentando disfarçar a frustração.Tito, observando a cena, não conseguiu conter a risada alta que escapou. Depois dessa, parceiro, vou me deitar, disse ele, já se ajeitando no sofá. -Parece que a noite acabou mesmo pra mim.Jorge sorriu, aliviado pela leveza de Tito em cortar a tensão. -Boa ideia, Tito. Vamos todos descansar.Ana soltou um suspiro exagerad
Quando o carro parou em frente à casa, um alívio coletivo tomou conta do grupo. Todos soltaram um suspiro alto, como se estivessem finalmente podendo respirar depois de tanto estresse. Assim que saíram do carro, o ar fresco da noite parecia aliviar um pouco mais a tensão. Clara, ainda sentindo o peso dos últimos eventos, tentou pegar Carol nos braços, que continuava a dormir profundamente, mas estava cansada e lutava contra a exaustão. Jorge, percebendo a dificuldade dela, se aproximou lentamente, com um gesto de compreensão. -Calma, Clara, disse ele, em tom suave. -Eu não farei mal a ela, só quero te ajudar a levá-la para dentro. Venha, confie em mim, deixe-me ajudar. Clara olhou para Jorge com hesitação. Embora soubesse que ele estava ali para protegê-las, a insegurança de entregar sua filha, mesmo que por um breve momento, a alguém que ainda estava aprendendo a conhecer a fez parar. No entanto, o cansaço a venceu. Com um suspiro, ela assentiu, permitindo que Jorge a ajudasse.
Com muita dificuldade, finalmente conseguiram deixar a cidade para trás e entrar na rodovia. O carro acelerava pela estrada escura, e os sons dos tiros gradualmente ficaram para trás, misturando-se ao ruído distante da cidade. A tensão dentro do carro ainda era palpável, mas a sensação de alívio começava a surgir lentamente enquanto a distância entre eles e Ruan aumentava. Tito, com o rosto sério e focado, mantinha o pé firme no acelerador, enquanto Jorge, ainda atento, olhava pelo retrovisor, certificando-se de que não estavam mais sendo seguidos. No banco de trás, Clara segurava Carol com força, tentando acalmar a filha, que ainda soluçava baixinho. Ana, sentada ao lado, olhava para elas com preocupação, tentando oferecer conforto com um leve toque no ombro de Clara. -Conseguimos sair, mas ele vai tentar nos achar, -Tito disse em voz baixa, sem tirar os olhos da estrada. -Precisamos de um lugar seguro vamos para casa. -Jorge respondeu, ainda cauteloso, guardando a arma com c
Enquanto o carro de Ruan saía lentamente da garagem, ele lançou um olhar desconfiado na direção do veículo de Jorge, que manobrava próximo à sua casa. Jorge, sem hesitar, encarou Ruan de volta, seus olhares se cruzaram através dos vidros escuros. O silêncio tenso se manteve até que Ruan finalmente se afastou. Assim que ele virou a esquina, Clara levantou-se, ainda abalada, mas determinada. -Vou agora. Ele deve ter esperado ela dormir. - Vou abrir o portão pra vocês. Só me dêem um minuto, disse Jorge decidido que trocou um olhar com Tito, como se já soubessem exatamente o que fazer. -É isso aí, irmão. Tá na mão, vamos lá, Tito respondeu com um aceno decidido. Ambos saíram do carro sem perder tempo, movendo-se com uma precisão quase automática. Cada um segurava um pedaço de metal nas mãos. Com algumas sacudidas no portão, ele cedeu rapidamente. Jorge olhou para Clara, agora com um sorriso tranquilo no rosto, e fez um sinal para que ela viesse. Clara, ainda incrédula com a ra
Último capítulo