Noan está vivendo um novo estilo de vida, o contato com a natureza e com tudo o que a mesma tem para oferecer, mesclado com acontecimentos do passado, o fizeram optar por um período indeterminado de reclusão. Mas um certo presente, de um metro e sessenta de altura, pele branca, cabelos longos e pretos, lábios vermelhos, ou seja, a reencarnação da Branca de Neve, irá tornar completamente impossível a vida solitária no qual ele estava programando. Será se ele irá aceitar esse presente?
Leer másAnsiedade é a palavra que me define nesse momento! A cada passada que dou sinto-me ainda mais feliz, então seguro com força o buquê de rosas brancas e a caixinha contendo o anel que eu a entregarei depois de fazer a pergunta que eu venho treinado a semana toda para fazer.
"— Samanta, você quer se casar comigo?" Hoje é o grande dia! O dia em que daremos o passo mais definitivo no nosso namoro. Pedi dispensa do trabalho essa tarde porque sei que hoje ela não tem plantão no hospital, passei na joalheria e em seguida na floricultura, suas flores preferidas também participarão desse momento. Entro em casa com meu largo sorriso costumeiro, subo as escadas e... — Ann que delícia amor! Vai mais fundo! - os gemidos da minha noiva tomam conta da casa. — Aah Samanta! Você me deixa louco! - ouço uma segunda voz, no qual eu reconheço no exato momento. Abro a porta de uma vez apenas para confirmar que meu melhor amigo, André está em cima da minha agora ex noiva. — Meu amor! O que você está fazendo aqui a essa hora? - Samanta pergunta tentando se recompor. — Cara eu... - André tenta falar. — Não digam nada! Desculpa atrapalhar, apenas continuem. - digo já me virando para deixar o local. — Amor espera! - a safada ainda me chama. — André, ela toda sua, e pode ficar com isso aqui também. - digo jogando o buquê e a caixinha com o anel em cima da cama. — Cortesia da casa. Deixo aquele local com duas certezas na cabeça. Eu não tenho mais noiva! Também não tenho mais o meu melhor amigo. (...) Duas semanas depois O céu do campo é bem mais limpo do que o da cidade, aliás, tudo aqui é mais limpo, as árvores são mais verdes, e tem esse cheiro de mato que me faz muito bem, faz uma semana que vim para esse xalé. Pois encontrar minha namorada Samanta na cama com o meu melhor amigo André acabou comigo, foi um golpe duplo, que me despedaçou por dentro, e mesmo duas semanas depois ainda não consegui me recuperar. Meu padrinho me chamou para passar todo o verão no campo com ele, Jhon tem uma rede de xalés, e casais apaixonados e famílias felizes sempre vem passear com seus filhos, meu padrinho me convidou para ficar em seu xalé particular, mas sinceramente eu não sou uma boa companhia no momento, então decidi vir para o xalé mais isolado e no meio do mato, fica cerca de dez quilômetros de distância dos outros xalés, e confesso que estou adorando, já chega os olhares de compaixão, ou sorrisos de deboche, tudo o que eu mais quero no momento é sossego e tranquilidade, além de um tempo sozinho. (...) Assim que terminei a minha corrida diária ao redor do enorme lago em frente ao xalé, voltei para a pequena propriedade e tomei um banho, depois peguei um livro, não um dos livros do meu padrinho é claro, não tô no clima de ler nenhum livro erótico, pego um dos clássicos de "Alan Poe" e sento na varanda do xalé, o clima sombrio do livro não combina nem um pouco com a bela paisagem à minha frente, isso causa um contraste muito interessante e me faz ter ainda mais interesse pela leitura. O resto do dia se baseou como todos os outros desde que estive aqui, com poucos mantimentos no armário resolvi preparar um lamem pro almoço e o resto da tarde e à noite passei assistindo filmes, meu padrinho Jhon não veio me incomodar, o que me deixou muito satisfeito, na moral, eu adoro o meu padrinho, mas não estou muito no clima para ouvir suas histórias pervertidas. Eu não estou afim de papo com ninguém. (...) Mais um dia rotineiro no coração da floresta! Isso que é vida! Longe de toda a porcaria que é o mundo lá fora, sinceramente, estou pensando seriamente em prolongar minhas férias por tempo indeterminado, morar na mata, e viver na natureza, sobrevivendo com tudo o que ela tem para me oferecer. Digo isso porque agora mesmo estou voltando do rio que passa logo atrás do chalé com um enorme peixe, que tiro as escamas coloco sal e depois o asso com o calor da fogueira que eu mesmo criei, eu sou o próprio cara das cavernas! E não estou nem um pouco afim de voltar pra civilização. (....) Faz três dias que meu celular descarregou e eu não o pluguei na tomada, meu padrinho Jhon sabe que eu estou vivo e ele pode noticiar meus pais, aliás, tem uma semana que a meu pedido ele não anda por aqui, mas ele sabe que eu tô respirando por causa da fumaça das fogueiras que eu virei especialista em criar, ele está respeitando o meu espaço e eu estou muito grato por isso. (....) Já faz um mês que eu estou vivendo na total liberdade! Depois que o sol se posicionou no meio do céu mostrando que estávamos no meio dia, resolvi tomar um banho de rio, e depois que saí pelado da água não senti vontade de vestir minhas roupas, afinal, ninguém vai me ver mesmo. (...) Há dois dias que eu estou andando sem roupas e vivendo como Adão só que sem a Eva, coitado do meu antepassado, teve que sair do paraíso por causa de atitudes tomadas por terceiros, me identifico bastante com a sua história, mas no meu caso, foram as atitudes cometidas por terceiros, que me fizeram adentrar ao paraíso. A cidade não me faz falta, conviver com as pessoas não me faz falta, eu nunca me senti tão livre na minha vida, e como a minha avó sempre dizia. "É melhor viver sozinho do que mal acompanhado." E sinceramente, companhias não me fazem falta, e eu estou vivendo muito bem. Ou estava até agora! — Quem é você? - pergunto para a morena de lábios bem carnudos e vermelhos que está em frente a minha cabana, e assim que ela se vira b**e o olho diretamente no meu pau. — Uauu! Quer... quer dizer... o senhor deve ser Noan Rocha! - ela diz toda vermelha, tentando focar no meu rosto, mas seu olhar sempre acaba voltando pro meu garoto. — Sim! Sou Noan Rocha, e você quem é? - perguntei tentando manter a todo custo meu garoto adormecido, mas esse olhar intenso dela está insistindo em o fazer acordar, agora que cheguei mais próximo, pude perceber que ela está com um laço envolto à cintura fina, que lembra muito esses que se colocam em caixas de presente. — Sou Ester Fontes! - ela diz com um belo sorriso no rosto. — O seu presente.Noan Hyuzaki, inspetor de polícia da capital. Ele veio assim que entrou em contato com o Nogueira. O homem revelou a ficha da Marcela e era mais comprida que uma pista de atletismo, a garota era mais suja do que pau de galinheiro. Ela havia sido contratada pela Mercia para se matricular na academia da Ester e assim conseguir sabotar os equipamentos dela. Como que essa vadia fez isso inda é um mistério que seria revelado muito em breve, mas ela não fez aquilo sozinha, teve ajuda de dentro da própria academia. Descobrimos que a vadia estava fodendo com o segurança que a Ester contratou para vigiar durante à noite e foi assim que ele conseguiu trocar o equipamento bom por um ruim. Mas para o azar da Marcela, o otário trocou o equipamento errado, já que não estava nos planos dela, ser a vítima. Então, a estúpida acabou provando do próprio veneno, caiu no buraco que ajudou a cavar, entrou na canoa que ela mesma ajudou a furar. Irônico, não?! — E por que você fez isso, Marcela? — Es
Ester Estava eu conversando com o Hugo, quando meu Noan se juntou a nós. Confesso que fiquei bastante contente ao ver que ele estava me apoiando na minha empreitada. Mas algo chamou a minha atenção, uma ligação da Tamara. — O que? Como foi que isso aconteceu, Tamy? Perguntei, aflita. Noan também ficou preocupado e o Hugo também. — Algum problema, tia? — ele perguntou. — Não, meu amor, não foi nada. Sinalizei para o meu marido, de que deveríamos ir. Ele assentiu e fomos para o carro. Deixamos Hugo sob os cuidados da diretora Renata e pedi para que ela desse uma olhada no meu carro, que depois eu voltaria para pegá-lo. — Como quiser, minha querida. Vou pedir ao guarda para ficar de olho. Seguimos direto para a academia e o Noan pôde perguntar do que se tratava a ligação. — Eu ainda não sei ao certo, amor, mas parece que aconteceu um acidente. — Acidente? Como assim? Alguém caiu da escada? — ele perguntou, sem tirar os olhos da estrada. — Não sei, mas estou muito
Noan O advogado de defesa tem a palavra. — foi o que o juiz disse, da primeira vez. Mas eu confesso que não ouvi, estava com os pensamentos muito longe dali. — Dr. Rocha! Agora eu ouvi! — Ah, sim, meritíssimo. — respondi. — Devo informá-lo de que essa é uma audiência séria, assim como todas as outras e que se trata de um pedido de recurso. — Afirmativo, meritíssimo. Peço desculpas pela minha falta de atenção, garanto que não voltará a se repetir. — disse isso, inclinando-me aos demais que estavam presentes na sala de audiência. Tratava-se de um pedido de recurso, onde um homem queria recorrer da decisão de seu divórcio, ele alegava ter sido lesado no processo, uma vez que sua ex esposa ficou com absolutamente tudo o que lhe pertencia. Eu estava advogando a mulher, já que o advogado que representava o homem, era peso pesado. Mas o meu disse que seria bom para que eu adquirisse mais experiência. Espera um pouco aí? Eu estava prestes era a levar a minha primeira surra em um
Ester Hugo Silva. Esse era o nome do menino que chamou a minha atenção naquele orfanato. O menino de olhar perdido e triste, em cujo semblante predominava a dor e algum tipo de ressentimento. Porém, algo incrível aconteceu, eu sabia que poderia existir alguma ligação entre mim e ele, um vínculo ao qual eu não sabia muito como explicar. — Será que eu poderia falar com ele? — perguntei. A minha curiosidade era mesmo gigantesca. — Mas é claro. E se ele a tratar de maneira agressiva é só me avisar. Outro dia ele mordeu uma das cuidadoras e teve de ficar de castigo. Uau, aquela parecia mesmo ser uma missão e tanto. No começo até fiquei com medo de levar umas mordidas, mas eu precisava saber mais sobre aquele menino, quem ele era e qual a sua maior petição, por isso fui me aproximando devagar. Cheguei e me sentei ao seu lado. — Hugo? — perguntei. Ele fez de contas que eu não estava ali, permanecendo virado de costas para mim. Ouço apenas um hm. — Hugo Silva? Será que a gente pod
Noan Felicidade era o meu nome. Ao lado dos meus amigos eu aguardava a solene cerimônia que se desenrolaria no altar, dentro de poucos minutos, admirando a confortável e belamente decorada, área dos convidados. No altar, em ao lado dos meus pais, do Nogueira e da Tamy, meus padrinhos e da Sheila, que aguardava o senhor Tercio. Eles seriam os padrinhos da Ester. Foi quando o meu coração acelerou ao ver entrando naquele salão, a mais bela de todas as visões. Ester sendo conduzida pelo senhor Tercio, toda vestida de noiva, enquanto a marcha nupcial tocava, tornando-se a trilha sonora da minha felicidade. Cada convidado ali se emocionava ao serem testemunhas de um amor que estava prestes a ser consumado, depois de ter passado por tantas turbulências. Um filme passou pela minha cabeça naquele momento, desde a primeira vez que eu a vi chegando naquele chalé, nós dois completamente nus, amando-nos feito um casal selvagem naquela pequena floresta. Foi uma mescla de excitação e euforia,
Ester Olhei-me no espelho. Meus olhos estavam inchados e meu rosto apresentavam grandes olheiras. Fiquei por longos segundos fitando a minha própria face, sem que eu mesma notasse o meu olhar perdido divagando. Sentia-me anestesiada e vazia, como se existisse um enorme rombo em meu peito. Era o dia do julgamento no caso em que eu quase fui violentada pelo André e na minha cabeça repetiam-se as palavras do Noan, replicando cada palavra da Samanta. Não dormi com o Noan, aliás, saí do apartamento bem antes de ele me dar a boa notícia e fiquei sem falar com ele durante todos esses dias. Seria essa a nossa primeira crise? Coloquei uma roupa esportiva, nada muito formal. Calça jeans, jaqueta, touca na cabeça e tênis. Fui direto para o fórum e chagando lá, avistei o Noan parado e conversando com o Nogueira. Assim que ele me viu, disse alguma coisa para o colega e veio ao meu encontro. Ah, ele estava tão lindo, com aquele terno e gravata na cor cinza. Eu sempre adorei vê-lo vestido em r
Último capítulo