Perto da hora do almoço, Rafael chegava, junto com Helena, em seu prédio. Ela, a distância, era um tipo comum, basicamente, uma jovenzinha. Ele mal sabia a idade dela, mas precisava saber mais, ávido por conhecer aquela mulher que desafiava todo seu senso comum sobre aquele gênero. Era bonita, desenvolta, parecia inofensiva, ainda que ele soubesse que esse era um adjetivo muito distante da realidade sobre ela.
— Querida. - Rafael a chamava. Helena olhava em direção à voz que reconhecia. Via-o se aproximar, em uma breve corrida. - Você é encantadora! Estive observando você.
— Stalker? - Ela levantou a sobrancelha. Ele se divertia com a expressão atrás dos óculos escuros. Ela os tirava, usando-os como uma tiara. Era desenvolta e sequer sabia o quanto era atraente, ou, se soubesse, não o fazia propositalmente.
— Adoraria, mas acho que seria um risco evitável. - Ele disse, se colocando a frente da mulher. - Almoça comigo? - Ele convidou.
— Vamos. Já resolvi com a Dante. - Ela informou.