Pela manhã, Marco lidava com um escândalo. A imprensa, em pânico, procurava por Anna, simplesmente. Helena passava pelo saguão, rumo a cozinha. Rafael a acompanhava, o paletó do smoking no braço, a gravata borboleta aberta, parte das tatuagens exposta e um sorriso satisfeito no rosto. Helena parecia atordoada. Marco inspirou, para falar algo.
— Não faça isso. Ela acorda meio fora do ar e se torna difícil de acalmar se perder a paz logo cedo. - Rafael aconselhou. Passou por ela, a enlançou pela cintura, roubou seu croissant em uma mordida, libertando-a e saindo.
— Ei! - Ela ralhou. Rafael saiu, rindo. Marco notava as mãos dela, bem cuidadas, de unhas pintadas em um tom claro, iguais às mãos de Anna.
— Você é Anna! - Marco se admirava.
— Quem? - Ela perguntou, hostil, aparentemente mal humorada. Marco lhe virou a tela do tablet, uma manchete, sensacionalista, anunciava o romance de Rafael Cervantes, CEO de uma respeitável construtora, e Anna, a misteriosa mulher disputada por Gabriel C