O silêncio retornava naquele olhar mútuo, de reconhecimento, que compartilhava a dor. Dario acariciava a mão dela, suavemente.
— Me perdoe. - Ele disse. - É difícil mudar de hábitos. Eu não percebi o quanto a feri quando a deixei aqui, sozinha. Levei anos para entender onde falhei e falho, desde aquela época.
— Ambos nos machucamos, Dario. - Ela os absolvia e os condenava.
Dario a envolveu em um abraço, lento, acolhedor, evitava a pergunta que, talvez, nem ele mesmo, mais, soubesse a resposta. Ele afundou o rosto nos cabelos dela.
— Você quer reconstruir a confiança que quebramos? - Ele perguntou. - Ainda nos amamos? - Ele se encorajava. Helena se calava e aquilo o sufocava.
— Como fazemos isso, Dario? - Ela se entristecia, perguntando depois de alguns instantes.
— Você não sabe mais amar, sabe? - Ele perguntou. Helena negava, vulnerável, frágil demais para dizer algo. - Eu acho que entendo.
O abraço se estreitou. Dario percebia uma menina em seus braços, que ele não amou,