Rafael procurava Helena em cada canto da fronteira. Angustiava-se com o silêncio dela, que durava mais de um mês. Tinha apenas aquele contato, de Mictlán. Dentro da sua ansiedade, algo se desenhava, ele acreditava que Helena estava subjugada, presa, dominada e aquilo o perturbava mais do que deveria. "O que está acontecendo com a minha cabeça?" Rafael ponderava, vendo as imagens de vigilância que tinha dela. Ela parecia não ser humana. Em uma, em especial, ela sorria, os olhos em arcos delicados, os lábios entreabertos, conversava com alguém, alegremente. "Como pode ser tão selvagem?" Ele se impressionava com a imagem, tão diametral em relação à mulher que o fizera se dar conta de sensações tão inexplicáveis e intensas.
— Alô? - Rafael ouvia a voz do homem. "Mictlán." Ele ponderou.
— Vamos negociar. - Rafael disparou, sentado na imponente poltrona de seu escritório.
— Depende. O que quer de mim, Diablo? - Dario perguntou, secamente.
— Quero Helena. Posso oferecer um acordo vantajoso.