— Eu não preciso voltar, Helena. - Gregory respondeu. - Se você não vai voltar, eu fico. — Não faz isso com a gente, Gregory. - Helena advertia, apoiando o rosto sobre a mão, cobrindo os olhos fechados. - Escuta: Vou mandar você par SUA casa, com a SUA família. - Ela estava irredutível. - Se entrar no meu caminho, mais uma vez, eu vou forçar a Katrina a fazer o inventário para suas filhas. - Ela se levantou. Mesmo com aquelas roupas, era linda. Gregory resmungou e se lamentou. Rhodes despertou. Não quebrou ossos, mas estava bastante machucado. Ele via Helena olhar para Rhodes, séria, parecia bastante irritada. — Você, eu vou torturar se não cantar para mim, bebê. - Helena ameaçou o homem, que despertava em estado de alerta. - Que palhaçada foi essa, Jeferson? — Temos ordens do General. A elite é recrutada para desativar rotas sob o disfarce de missões, garantindo a hegemonia dos negócios para Della Rosa. - Ele resumida. — Há quanto tempo? - Ela pontuou. Gregory parecia confuso,
— Luiz, precisa instruir para irem por esta rota. - Helena instruía o homem, surpreendendo-os com uma inteligência afiada. - É a rota de fuga da imigração, podem estar grampeados. Por aqui. - Ela indicava alternativas. - É por onde seu entregador vai sair. Tem um ponto de coleta aqui. Eu e Mictlán vamos sair assim que seu entregador sair. O cara morto era do comando do General. - Helena o olhou, firme e, depois, Dario. - Este lugar está comprometido. Luiz, com a ajuda de Helena e Dario saiu com seus pacotes. Ela e Dario saíram com o carro branco. Ele a guiou por vários minutos. Helena estava silenciosa, parecia exausta. — Helena... - Dario começou a falar. — Sh! Ainda estou com raiva de você. - Ela o interrompeu. - Muita raiva. - Dario se deteve por um momento. — Ajudaria se eu dissesse que tinha medo de nunca mais ver você? - Ele falou. Precisava dizer. Ela negou, um gesto curto e suave. Dario suspirou, chegando a um cortiço, próximo da ponte internacional. Guardou o carro em
A saudade deles não tinha tradução. Dario não se lembrava de ter ficado tão excitado por qualquer outra mulher. O cheiro de Helena lhe sequestrava a ração. Helena, atada ao corpo dele, se deliciava com o beijo poderoso, mas gentil, que lhe aquecia a pele. Pressionava-se contra ele, afundando-se em um desejo inexplicável. Ele se sentou na cama, Helena o libertava, jogando a camiseta longe, debruçando o peito, em pele, sobre ele. Dario sentia que explodiria a qualquer momento, antes mesmo que ela o tocasse. Gemia sob o comando exigente dela. Ele a sentia beijar seu pescoço, provocava-o, movendo os quadris, obscena, ardente. Seu corpo chamava o corpo dele, autoritário, imponente. Dario a rolou sob si, colocando-a deitada, abaixo de seu peso. Ele se deteve por um instante. Helena estava ruborizada, os lábios carnudos, entreabertos. Tinha o olhar brilhante, lânguida. Encarando-a, hipnotizando a mulher, lhe deslizando a mão sobre a pele, libertando-a da última peça de roupa sobre seu
— Pode me arrumar umas roupas? - Helena pediu, mastigando, como se aquelas últimas palavras não tivessem acontecido, olhando para Dario, que flutuava em algum lugar entre surpresa e desconforto. — Eu não reconheço você. - Dario disse, impressionado. — Mas a gente se divertiu. - Ela ironizou, apontando a colher para ele, em seguida, tirando uma porção do iogurte e levando à boca. - Pode me ajudar ou eu dar uma de louca, tanto faz. - Ele se surpreendia com a acidez dela, era irritante e "Sexy?" Dario se pegava em um turbilhão de emoções, memórias, sentimentos e pensamentos. - Escuta: para com o drama. Me encara como só mais uma que se divertiu por uma noite, sem compromisso. Não precisa tornar isso em u. relacionamento. Agradeço pelas vezes que me salvou e cuidou de mim, mas espero que tenha consciência de que não pedi isso. Fez porque quis. Quando minha identidade ficou clara para você? Se não tivesse me dito, eu jamais ia desconfiar. — Quando invadi seu apartamento e peguei sua
— Por quanto tempo vamos ficar parados? - Dario, nu, ao lado de Helena, perguntava, faminto e fraco depois daquela manhã infernal e deliciosa com ela. — Até amanhã. O protocolo fala em até vinte e quatro horas para a captura do inimigo. Depois, vira investigação, é mais fácil de interceptar. - Ela rolou, afastando-se dele e indo direto para a geladeira. Olhava o que tinham ali. - Certo, é o que temos. - Ela fechou o eletrodoméstico, vestindo a calcinha e a regata, para ele, era a visão do paraíso. — Escuta. Você queria mesmo ser mãe? - Dario disparava a pergunta absolutamente aleatória. Helena se ressentia, visivelmente. — Não era o que queríamos quando éramos casados? - Ela retrucou. Havia algo perigoso na voz dela, estava irritada. — Naquela época, foi. - Dario se sentou, vestindo a cueca e indo até ela. Preparava algo. - Hoje, não sei. Depois que foi embora, nunca mais quis. Percebi que não queria filhos por querer amar alguém e toda aquela coisa sobre família. Eu os queria
Dulce hospedou Dario e Helena numo depósito da padaria, a pedido de Helena. Colchonetes no chão, água, cigarros e travesseiros, tudo o que ela pediu e como pediu. — O que vai ser amanhã? - Dario perguntou, ajeitando o corpo ao chão, desconfortável, nunca teve o traquejo que ela tinha de suportar coisas impensáveis. — Como chegamos ao abrigo onde me prestou socorro? - Helena considerava. Raciocinava na pouca luz que vinha de uma janela alta, do lado de fora. Dario a olhava, os olhos claros refletiam aquela iluminação parca, ela parecia uma feiticeira de conto de fadas. — Não é simples, mas dá pra chegar. - Ele disse. - Como quer fazer? — Vou dar meu jeito. Temos que esperar o filho da Dulce voltar. Ele tem instruções específicas. Não é uma alternativa voltar para os Estados Unidos agora. Toma. - Ela entregava seu colchonete para ele. - Estou acostumada a falta de conforto, durmo até em pé. Você está desconfortável demais, está me incomodando. — Cabe dois. - Dario disse, aceit
Dario e Helena passaram algum tempo juntos depois do jantar, em silêncio, no sofá. Helena se aninhou ao abraço dele, apenas para ouvir seu coração. De modo inexplicável, aquele som, ritmado e baixo, o calor morno da pele, o cheiro. Tudo a acalmava nele. Nem em suas melhores bebedeiras se sentiu tão relaxada e livre das contendas íntimas que seu coração a encurralava constantemente. Ele a sentiu suspirar, suave e longamente. — Amor, o que vai ser de nós quando isso tudo acabar? - Ele perguntou, apreensivo, acariciando as costas dela, levou a mão ao cabelo e percebia uma cicatriz, uma falha, alongada e grosseira. "Eu não consegui." Ele arregalou os olhos, lembrando do pranto doloroso dela e, naquele instante, se surpreendendo com a verdade: ela realmente tentou. — Você realmente está ansioso com o futuro, não está? - Ela perguntou, baixinho, com a paz imperando sobre ela. — Estou. - Dario confirmava, se sentia ansioso sem aquela visão de futuro. — Olha, vai ser o que tiver que ser
— Amor, assim, como pensa em entrar em Monterrey? - Dario se interessava. — Silenciosa. - Ela sorriu para o alto. - Ainda sou boa com algumas coisas fora da vida militar. Cozinheiras, boleiras, cabeleireira, barbeiro, tem profissões que são universalmente preenchidas de gente invisível. É uma ação longa, não nego, mas tempo significa redução de riscos. Eu ainda sou um fantasma. - Ela suspirou. - Sabe? De repente, eu me vi livre, de verdade. Sem rumo. Não tinha ordens, nem contas, nem metas, nem identidade, sem propósito, sem destino. - Ela se expunha aos ossos. - Até ser atacada pelos "meus". - Ela gesticulou as aspas, ironizando a situação. - Não entendo o que me torna tão peculiar a ponto de ser um risco. Eu só.... - Ela se acanhava. - Eu só queria morrer, mas não assim, não como morri, ficando desamparada. — O que a machucou tanto ao ponto de a morte ser uma opção viável, meu coração? - Ele se virava para ela. Era difícil entender como uma pessoa tão vigorosa e intensa consider