No salão de festas, Gregory e Helena foram recepcionados. Katrina estava exuberante, ao lado de Hellen, conversavam e riam entre si. Uma jovem, de olhos verdes e cabelos loiros, esnobe, vinha em linha reta em direção a ele. Era bonita e tinha uma postura exigente e mimada. — Pai. - A menina disse, com certa reprovação na voz. - Não vai me apresentar a sua... - A jovem fez uma pausa dramática, encarando Helena com desprezo, medindo-a, de cima a baixo. - Amiguinha? - Gregory sentiu Helena soltar seu braço, mantendo sua dignidade. — Scarlet, está é Helena. Helena, minha primogênita, Scarlet. - Gregory disse, começava a se sentir ansioso e agitado. Helena mantinha a pose impassível e nobre. — Ah. - A moça disse, ainda desdenhando de Helena. — É um prazer conhecê-la, senhorita Stuart. - Helena disse, formal e educadamente. — Que seja. - Scarlet respondeu, de qualquer jeito. - Mamãe está aqui. Poderia mandar essa... - Ela revirou os olhos. - "Amiga" embora? Não quero que a mamãe fi
— Por acaso, o cara aniversariando ali. - Mark apontou o salão. - Me contaram que também é meu pai, inclusive, que discussão ridícula é essa perto dessa moça. Sua esposa não está lá dentro, Gregory? — Ex. A que suas patinhas estão tocando é minha namorada. - Gregory afirmou, categórico. Mark se aproximou, devagar, sentia a respiração fraca dela. - Se afasta, Mark. - Brad via a situação escalar, continha Gregory para que não atacasse Mark. Hellen via três dos filhos em torno de Helena, desfalecida, nos braços de Mark. Brad segurava Gregory, de seus filhos, o mais rebelde e impetuoso. — Parem. - Os três homens ouviam a ordem da mãe. Hellen tinha o caos sob controle. - Você. - Apontou para Greg. - Ligue para que a assistente venha buscá-la. — Mas... - Gregory tentava argumentar. — Nem mais e nem menos. - Ela cessava o argumento. - Você, solta essa mulher. - Mark se levantou, com Helena no colo e a entregou para Greg. - E você, vai para dentro. Falo com você mais tarde. - Aponto
Gregory tinha aquele quase toque suave sobre a pele do pescoço e da nuca de Helena, a mão, delicada, do homem, lhe corria as costas com leveza. Ele percebia que estava excitada, o corpo não negava. O beijo sutil de Gregory tocou a pele do ombro de Helena, fazendo uma onda elétrica correr, ela não tinha controle sobre seu corpo, que estava à mercê do homem, cuja virilidade se anunciava conta seu quadril. Ela tensionou, estava petrificada. Gregory percebeu o recuo repentino. Decidiu parar, aquele era o mais longe que poderia chegar por algum tempo, até que ela sentisse segurança nele. — Me desculpe. - Ele se afastou, deixando-a só por algum tempo. Helena desabou em lágrimas angustiadas assim que a porta de fechou. Não havia uma explicação. Ela passou por algo brutal quando Peter a atacou, mas estava fora de si, não tinha memórias alguma além do estrangulamento e não entendia a reação. — Helena? - Ela ouviu a voz de Martha, que a procurava. - Helena? - A mulher a encontrava, sob o
— O que quer dizer com "Não lhe diz respeito"? Sabe quem eu sou? - Scarlet não media o risco a que se expunha, fazendo uma cena com aquela mulher com uma cicatriz de tiro no braço. Aquilo, para Mark, significava que não era uma garota que se acanhava. Scarlet chamava a atenção para si, Mark se levantou, encobrindo a visão da garota e ocultando-a de Helena, que lhe parecia realmente perigosa. Por menos que gostasse da menina, gostava menos ainda de finais violentos e aquela lhe parecia uma mulher propensa à violencia selvagem.— Scar, pare. - Mark impôs. - Sabe quem é. Não deveria fazer uma cena tão humilhante aqui. Isso não é um playground, garota. - Ele ralhou, firme, com a jovem. — Eu sou a auxiliar assistente da secretaria do presidente! Você não tem o direito de me maltratar assim, tio. Vou contar tudo para o meu pai! - A jovem bradou, fazendo com que um riso saltasse de Helena. - E você? Acha que é quem para vir aqui e relinchar, sua... sua... - A jovem se enfurecia. - Helena se
— Eu me importo, meu amor. - Gregory se ajoelhou diante de Helena e segurou o rosto dela, fazendo-a olhá-lo, notar o homem à sua frente. Ela perdia a estabilidade, o olhar brilhante. - Vamos para casa. Me perdoe, eu a negligenciei. - Ele selou os lábios dela, sem encontrar retribuição. Passiva, aceitava. Ele recuou. Helena era o tipo de mulher a beira de atentar contra si. Joe os conduzia de volta, ela seguia Greg, mecanicamente. Joe tinha algumas noções. Eram militares, ele era algumas patentes a mais que ela, que era uma Tenente. Os vídeos se espalharam como fogo em um pasto seco. Naquela noite, Gregory foi para seu quarto, era madrugada quando a sentiu se esgueirar sob seu edredom, buscando abrigo. Ele sorria, no escuro, acolhendo sua gata manhosa. Acordava com ela aninhada, em uma camisa de um time de futebol americano, confortável e aquecida. Ele a despertou, com um carinho manso na lateral do corpo. — Bom dia, gata manhosa. - Ele tinha um sorriso satisfeito. - Sabe que pode
Blossom se aproximou de Helena, via Martha cuidar da mulher, encolhida. — Martha, você é a babá dela? - A menina se sentou, levava a mão às costas de Helena. Não desgostava da mulher bonita de olhos claros. Não a conhecia para poder julgar. — Algo assim, Blossom. - Martha sorria. Helena sentia a pequena mão da menina em suas costas, afagava, relaxando-a. Tinha aquele quase toque que compartilhava com o pai. — Qual o seu nome, namorada do papai? - A menina se inclinou, dócil, com a expressão curiosa. — Helena. - Helena respondeu, engolindo a dor. — Tenta não ficar chateada com a Scar. - Blossom defendia a irmã. - Ela não gostou que o papai e a mamãe se separaram. Mamãe diz que foi por sua causa, mas eu acho que não. Eles brigavam muito. Eu vi. - A pequena confessava algo inimaginável para Helena. O casamento perfeito de Gregory não era tão maravilhoso assim. - Eles não eram mais amigos. Nenhuma de nós é culpada. Como eu ajudo, Martha? - A pequena se candidatava a servir.
— Um beijo por uma queixa? - Gregory disse, sobressaltando Helena, que o encarava, a beira de um colapso, parecia confusa. — Não é nada, Greg. - Ela suspirou, voltando a olhar para abaixo. — Se não somos amigos mais, não deveria se preocupar tanto, então. - Ele se aproximou, abaixando à frente dela. - Apenas faça o que quiser fazer. — Eu não sei. Me sinto como se tivesse invadido um lugar ao qual não pertenço e, de repente, sou uma impostora que se esgueira entre colunas sombrias. - Ela controlava suas emoções, respirava, ritmada. — Você não se sente mais em casa? Está desconfortável? - Helena concordou, com um gesto, à pergunta de Gregory. - Quer se isolar e ficar quieta, não quer?— Honestamente, sim. Desde a falha em campo, parece que tudo virou de pernas para o ar. - Ela se queixava.— O que a faria se sentir melhor, meu bem? - Paciente, ele pegou as mãos dela e as beijou, carinhoso. — Eu não sei. - Ela respondeu, a voz sumia, fraca. - Eu... não sei. - Sem dizer nada, ele a a
Scarlet estava chocada. Com um olhar mais atencioso e aquela víbora da Helena ameaçava seu segredo. Aquela mulher, de olhar de gelo, via o que não devia. — Vou conversar com ela. - Gregory disse, fazendo Scarlet congelar. — Não faça, Greg. - Helena a defendia, mesmo depois de tudo. - Se ela achou por bem não contar, pode estar considerando aborto ou doação para adoção. Isso, partindo da ideia de que, não só, não seja mais virgem, como que, também, esteja grávida. Não a force e nem pressione. Ela tem seus motivos e isso tem que bastar. Ela pode estar procurando o próprio norte, as próprias convicções. Se a gente não for porto seguro, em quem ela vai confiar? Katrina é, para mim, perfeita, mas, hoje, pode ser que eu me desiluda e ela está seguindo adiante. Será que a Scarlet quer mesmo ir com a mãe para onde for? Será que alguém perguntou o que ela quer? Do que precisa para ter paz? - Gregory considerava. Scarlet se emocionava. Nem sua mãe havia lhe dado tanto respaldo. - Seja discre