Helena ouvia ao ritual de Gregory. O cumprimento gentil, o aviso de que lhe tocaria o braço. Havia algo, naquela rotina, que era especialmente confortável e caloroso.
— Ok, Helena, vamos nos sentar. - Ele disse, apoiando ambos os braços dela. - Certo. Sente tontura?
— Não, Greg. Estou bem. - Ela respondeu, ainda baixinho. Aquele homem havia lhe sido o rochedo em meio à tempestade. Mesmo com tantas dores que o flagelavam, por um divórcio sem qualquer explicação, cujo amor e a paixão se tornaram apenas uma amizade qualquer, de tardes de domingo na varanda. Helena se sentia culpada, sem entender o motivo. Atribuía-se aquela culpa cruel e egoísta de desejar aquele conforto para si.
— Certo. Vamos ver se foi tudo bem. Feche os olhos, vou tirar a venda e os protetores, querida. - Ele informou. Tinha o toque suave, mas levemente trêmulo, incomum para um médico da envergadura dele. Gentilmente, as camadas da faixa de gaze cediam. Ela tinha os olhos fechados. Gregory retirou os protet