Gregory via Helena, firme, diante da janela, vestida em um jeans e camisa branca, de botas de montaria, bem alinhada e orgulhosa, com a trança em seus cabelos longos de cor de chocolate, brilhosos. Ele conectou seu fone ao que ela ouvia. Música instrumental, lembrava aos clássicos, mas era mais passional.
De mansinho, o médico se aproximou. Helena voltou o rosto em direção a ele, percebia-o pelo reflexo da janela. Levantava o olhar cinzento para ele, um poço de gelo, profundo, de mágoas congeladas em uma alma quebrada, séria.
— Gosto do que ouve. - Ele disse.
— Algo que me ajuda a focar. - Helena respondeu, secamente.
— Não deveria estar deitada, em repouso? - Ele perguntou.
— Não faz diferença mais. - Ela se fechava, frívola. - Preciso sair. Quero voltar para minha casa, para meu trabalho. Fiquei muito tempo parada e isso está me sufocando.
— Bruce precisa autorizar, Helena. - Gregory informou, a música era envolvente, mas havia algo doloroso e visceral naquelas notas