Dançarina a noite e estudante de psicologia de dia Ana luta com garras e dentes para ter uma vida melhor desde que seus pais expulsaram ela de casa. Ela aprendeu a sobreviver e conseguiu jogar com a vida. Ela conhece Vicente um dom na comunidade BDSM que faz uma proposta a ela, será que ela vai aceitar? Obs: No livro tem trisal, cenas de orgias, se é sensível a isso não leia. Possui alguns cenas que podem ser gatilhos.
Ler maisINTRODUÇÃO
Toda vez eu paro e penso se o que faço é realmente certo, me pego pensando no quão minha vida mudou. Eu era apenas uma garota quando fui colocada pra fora de casa porque não esperei até o casamento para perder a virgindade.
Meus pais são totalmente religiosos e preconceituosos tanto que eu tive que fazer minhas aulas de dança escondido. Se eles me vissem aqui estariam tendo uma ataque cardíaco. Quando uma música sensual começa a tocar e a luz foca em mim giro na barra de ferro com toda sensualidade que ensaiei em casa.É sempre assim, todas as quintas eu danço na boate Bird, não faço isso porque gosto de fazer, eu não odeio mas também não é o emprego dos sonhos. Porém foi o único trabalho decente que arrumei, então para não passar fome estou aqui dançando para um bando de homens bêbados e ridículos que traem suas esposas com o primeiro rabo de saia que vê pela frente. Como eu sou a mais nova das garotas fico com a última apresentação, isso é um saco porque tenho que ficar até a boate fechar e sempre fico cansada para ir na faculdade no dia seguinte. Quando termino minha apresentação e recolho o dinheiro jogado no palco para mim, vou para o camarim me trocar.Essas micro roupas machucam de tão apertadas que são. Sento em frente ao espelho apenas com um roupão cobrindo meu corpo e retiro minha maquiagem. Fico me observando por um instante, sou a cópia perfeita da minha mãe, meus cabelos pretos de contraste com minha pele cor de amêndoas, olhos cor de mel, os lábios eu herdei do meu pai, carnudos com a cor vermelha clarinha.Fico um tempo pensativa olhando pro espelho perdida em pensamentos confusos, presa na exaustão. Quando voltei a realidade tomei um susto com o homem que estava me olhando, me virei para ele já falando ー É proibido clientes nesse ambiente. - falei rude e com a cara fechada.Odeio quando isso acontece. ー Calma senhorita, não vou fazer nada com você. - ele disse levando as mãos ao ar.ー O que você quer? - Espremi os olhos e fechei meus punhos ao lado do corpo. Se ele tentar alguma coisa eu parto para cima dele.Eu não me sinto confortável em ficar sozinha com algum homem mesmo que ele seja conhecido, tenho medo.ーConversa, vou esperar você se vestir. - ele diz se retirando do quarto. Respirei e inspirei para me acalmar. Me arrumei rápido de mais antes que ele entrasse novamente. Pego minha bolsa e saio do local, ele estava parado no corredor encostado na parede mexendo no seu celular. Não aparenta está bêbado, acho que isso é um bom sinal. Ele aparenta ter trinta anos, branco, cabelos na altura dos ombros com algumas mechas douradas dando vida a suas ondas, sua barba por fazer. Por um momento eu fiquei com inveja do seu cabelo, como pode um homem ter o cabelo mais bonito do que de uma mulher? Eu sempre fico indignada com isso. Quando ele me olhou pude vê a cor de seus olhos. Nunca alguém me olhou com tamanha intensidade que ele me olhou, seus olhos Ônix me observou por tanto tempo que parecia uma eternidade. Enquanto mais eu olhava mais eu queria olhar, eu estava hipnotizada por aqueles olhos. Ele guardou o celular no bolso e eu passei direto por ele, senti que ele me seguia então eu saí da boate que já não tinha mais nenhum cliente, só havia o pessoal da limpeza. ー O que você quer? - pergunto olhando para ele e o mesmo parou a centímetros de mim.Seu perfume masculino preencheu minhas narinas, sei perfume era amadeirado.ー Te fazer uma proposta. - sua voz grossa saiu baixa o suficiente só para mim escutar. ー Eu preciso ir embora, daqui a pouco tenho aula. - ele ergueu uma sobrancelha. ー Então posso te dar uma carona, eu não sou um psicopata. - ele falou sorrindo. ㅡ mesmo que agora pareça. -ele tentou fazer uma piada.ー Não tem como saber e eu não moro longe daqui. - digo retornando a andar.ー Não seja por isso, eu amo uma caminhada noturna. - ele disse irônico.Estava chegando quase em casa, eu moro uma quadra da boate em uma kitnet. Parei e novamente olhei pra ele ー Fala. - ordenei e ele tirou um cartão do bolso.Tinha um número e o nome Vicente, ele esticou a mão e eu peguei. ー Espero sua mensagem. - ele disse e simplesmente virou e saiu andando.É cada doido que me aparece que tenho que pedir proteção para todos os deuses que conheço. Entrei dentro de casa não deu tempo de comer nada e me joguei na cama, eu tinha 4 horas para dormir e iria tentar acordar para ir na faculdadeEles haviam tirado tudo dele, principalmente sua dignidade.Tudo que ele havia passado nesse um mês que ficou a mercê da Máfia italiana foi um inferno total.Ele não conseguia dormir mais do que 5 horas no dia, acordava já fazendo seu treinamento físico, combate corpo a corpo era o que mais fazia.Obrigaram ele a cortar seu cabelo e nele só existia ódio.Tudo que faziam era colocar ódio e rancor em seu coração. O rapaz gentil e misterioso agora era a verdadeira encarnação do diabo.Obrigaram ele a matar, a matar um inocente e não tem um dia que ele não se culpe.Em um mês ele já sabia como matar lentamente uma pessoa, em um mês ele esqueceu completamente dos seus sentimentos pela sua amada, daquela promessa que foi feita antes dele viajar.A mente dele não tinha espaço para romance, eles destruíram o moço gentil. Eles o mataram quando obrigaram ele a tirar aquela vida.Todas as noites ele
Jonathan NarrandoEu acordei antes que a Ana levantasse. Tomei um banho e coloquei a roupa que minha mãe trouxe. Eu estava passando na sala e escutei uma voz me chamar então virei.Era a Tauane, ela estava sentada no sofá e estava com o celular na mão. ㅡ Não vai esperar a Ana acordar? - ela estava com a voz baixa.ㅡNão, tenho uma reunião daqui a pouco. - inventei uma mentira que eu sabia que ela iria acreditar. ㅡJoanna já foi? - pergunto. ㅡSim, acho que todo mundo tem alguma coisa para fazer. - ela estava abatida e na sua voz tinha amargura. Cheguei mais perto dela ㅡQuer ocupar a mente? - ela olhou em meu olhos, não tinha nada a não ser tristeza nos seus olhos. ㅡNão sei se vou conseguir. - ela suspirou ㅡEu só penso em vingança, eu sei que não vão resolver o caso pela lei, nunca resolve. - ela estava frustrada.ㅡSó mantenha a calma, as vezes a solução vem antes do que você imagina. - dei uma pausa e voltei a falar ㅡ
Nunca soube como era perder alguém querido.Fiquei quase um dia todo para fazer a liberação do corpo para o sepultamento, eu já estava exausta quando começamos o velório da minha tia.Foi bastante pessoas, todos conhecidos da igreja onde frequentávamos quando eu ainda morava com minha mãe.Tauane estava medicada, ela passou mal várias vezes antes de vim.O pai dela foi ao velório ele não saiu um minuto do lado da filha, pelo menos nisso ele havia apoiado.A pior parte foi a hora do sepultamento, é o momento em que realmente sabemos que não vamos mais vê aqueles que amamos.Que nunca mais iremos ouvir sua voz ou risada, é onde a dor se torna saudade e começamos a refletir sobre o tempo.Que podemos ter tido mais tempo com a pessoa, que podíamos ter feito mais, ajudado mais.O pastor fez uma oração,
A semana tinha passado rápido, minha tia não teve nenhuma melhora infelizmente. O caso dela só piorou, os médicos já estão desenganados com ela e todos estamos mal por isso.Vicente tinha viajado ontem a noite para Itália, não teve despedidas, não fui no aeroporto leva-lo. Ele estava distante, estranho.Ele havia dito que era melhor assim, sem choro e sem tristeza. Eu respeitei sua vontade, eu não seria a menina chata que sufoca o cara.Se ele quis assim então ele teve seu desejo realizado. Claro que eu gostaria de ter me despedido já que nossa semana foi tão corrida e não deu para a gente se ver uma última vez antes dele ir.Eu já tinha me mudado e a adaptação com o apartamento foi super tranquilo, eu só não consegui dormir direito nos três primeiros dias por causa da mudança de lugar.A faculdade
Eu tinha chegado em casa tarde da noite, passei horas conversando com o Vicente e foi uma coisa boa.Entrei e não encontrei ninguém na sala. ㅡ Mãe cheguei. – falei alto o bastante.ㅡ Estou na cozinha. – ela respondeu. Deixei minha bolsa no sofá e fui até lá, chegando lá estava Joanna, minha mãe e Tauane conversando. Estranhei o fato da Joanna vim até aqui sem me avisar, mas acho que ela não veio me ver.ㅡ Vim te chamar pra jantar fora. – Joanna falou.ㅡ Estou cansada. -falei me sentando, ela virou pra Tauane e perguntou se ela queria ir porque não gosta de comer sozinha, e foi ai que eu entendi que era uma tática de levar a Tauane pra jantar sem levantar suspeitas para minha mãe.ㅡ Deixa pra próxima, ok? – Tauane falou, ela estava um pouco abatida.ㅡ Vamos pedir pizza. – falo ㅡ Temos que conversar Joanna. – olho para ela. ㅡ Lá vem merda! – ela assobia.Revirei meus olhos e perguntei ㅡ Mãe como minha tia está? ㅡ
O dia passou tão rápido que eu nem consegui respirar direito. Tudo estava agitado, faculdade, clínica e agora a casa do Vicente.Ester e Jasmim pareciam está esgotadas, a cara delas estavam de mera frustração e tristeza.Eu estava checando as mensagens para ver se tinha alguma novidade sobre minha tia quando Jonathan entrou na sala de estar, deu um beijo na testa de sua mãe e de sua tia. ㅡ Oi Ana. - ele disse e eu me incomodei com a frieza em sua voz e olhar. ㅡ Oi. - esbocei um sorriso.Ele olhou para a mãe e perguntou ㅡ Cadê ele? ㅡ Trancado no escritório, você precisa ajudar ele. - ela diz triste. ㅡ Estão obrigando ele a ir, não quero que meu menino se perca. - Jasmim fala.Eu acho tão lindo a relação dos quatro, a mãe deles são as duas mesmo sendo tia e mãe mas para os dois são duas mães. ㅡ Eu estou tentando mas ele é o mais velho, não posso fazer muita coisa. - ele passa a mão nos cabelos. ㅡ Foda que nosso avó nunca se
Último capítulo