Desejo de Vingança
Desejo de Vingança
Por: Lívia Prado
DIANA

Quinze malditos anos se passaram desde aquele maldito dia, e o que mais me motivou todos esses anos foi o meu desejo por vingança, aquela maldita mulher nunca foi encontrada, não sei como é o seu rosto, nem se quer o primeiro nome, mas sei que quando eu olha em seus olhos saberei quem é, aqueles malditos olhos que a anos me perseguem, até hoje só descobrimos onde ela vive, tem cinco anos que comecei o meu plano de vingança, e hoje estou voltando ao Brasil, para finalmente executar.

__filha, tem certeza disso, já faz tantos anos, esquece isso.

__não posso tia, eu prometir aos meus pais__tia Bea foi quem cuidou de mim, assim que cheguei aqui na Argentina, se tornou uma segunda mãe, meu tio quando viu o meu desejo de vingança decidio me treinar, foi aí que descobri no que realmente ele estava metido.

Meu tio é um político muito conhecido e influente aqui, mas tem o seu trabalho sujo, ele comanda o Cartel Argentino, controla todo o tráfico de droga do país, me tornei assassina de aluguel, ou melhor, Anjo da morte como fiquei conhecida, ninguém sabe minha verdadeira identidade, sou temida, minha fama vai além, mas o que eles também não sabem é que sou mulhe, e se depender de mim ele continuarão sem saber.

__você sabe que eu tenho muito medo por você__ela senta na cama, e me olha, ela sabe que não irei parar.

__medo é uma palavra que não existe no meu vocabulario a anos__falo colocando a última mala para o lado de fora do quarto__não mandei a Maria até aquele lugar para agora simplesmente desistir, são cinco anos que ela está naquele lugar, longe da gente__mandei a Maria já tem cinco anos para o Brasil, ela comprou uma casa abriu um bar, tudo estratégia, vou entrar naquela favela como a sobrinha que perdeu os pais em um grave acidente, a assassina dos meus pais está entre os traficantes daquela favela, sei dos perigos, mas jamais desistirei, isso só acaba quando ela estiver morta.

__nada que eu falar te fará desistir, não é verdade?

__isso mesmo, nada, tudo dará certo, eu sei o que faço__sei que para ela será muito difícil, mas são anos falando que ninguém me fará desistir disso, ela vem até mim e me abraça, ela sabe que não gosto disso.

__se o seu tio não tivesse alimentado essa sua sede por vingança, você só era uma menina__fala com os olhos cheios de lágrimas.

__meu pai era como um irmão para ele, já basta desse assunto.

__e o seu casamento, você já falou com o Valentin sobre esse assunto?

__a senhora sabe que eu não quero me casar, meu tio que armou esse noivado, eu só aceitei por não querer deixar a familia constrangida, mas já te disse que jamais vou me casar, pior ainda, casar com um homem, a demora é eu voltar do Brasil__meu tio e o Valentin armaram uma grande festa, bem no dia da posse do meu tio, várias pessoas reunidas, não conseguir dizer não, desde o dia do "noivado" que não consigo falar com eles a sóis.

Descemos para tomar o café da manhã, minha tia tentando fazer a cabeça do meu tio pra me fazer desistir, mesmo eu dizendo que isso não irá acontecer, sei dos seus medos, mas nada nem ninguém me fará parar.

Foi difícil demais me despedir dos meus tios, principalmente da minha tia eles são a minha única família, deixei bem claro que quando eu voltasse teríamos uma boa conversa, não sou mulher para casar, se pelo menos fosse com uma mulher, meu tio e seu preconceito besta, vão ser aproximadamente três horas e meia de voo, ao longo dos anos tive muitas aulas, tenho que saber me portar, não demonstrar que sou uma garota rica, sempre me mantive longe dos holofortes, nunca deixei que meu rosto fosse exposto, todos precisam acreditar que morava no interior da cidade, gastei muito dinheiro, muitas pessoas envolvidas, em um plano arriscado, sei dos perigos, mas minha sede por vingança é maior que tudo.

[...]

Flashback on...

__mãe, a senhora está aí, mãe eu estou com medo.

Desço as escadas vendo que todas as luzes estão apagadas.

__Luiz, eu estou com medo...

Tropeço em algo que me faz cai, espalmo o chão percebendo o mesmo molhado, toco algo parecendo uma pessoa, me desespero ao perceber que se trata de um corpo, me encolho no canto da parede, quando as luzes se acendem, vejo a pior cena que já vi em toda a minha vida, toda a minha família decapitada, eu fico imóvel, não consigo gritar, só olho para as minhas mãos sujas de sangue.

As luzes se apagam novamente, sinto meu corpo ser puxado, eu me debato e grito em desespero, tento me soltar, a pessoa me leva até a parte de trás da casa, me coloca no chão e se abaixa a minha frente, percebo pelos longos cabelos que é uma mulher, seu rosto coberto, ela não diz nada, só tenta me segurar, seus olhos são negros como a noite, e tem um brilho diferente, ela põe o dedo na boca pedindo para que eu não faça barulho, ela se levanta me olha uma última vez me dar as costas e sai...

Flashback off.

Abro os olhos assustada ouvindo alguém me tocar.

__desculpa, te chamei várias vezes a senhorita parece um pouco assustada.

__ah, eu acabei dormindo__me ajeito.

__já vamos pousar, coloque o cinto.

É sempre assim, aquela maldita noite sempre me persegue, são anos tendo o mesmo pesadelo, penso que só terei sossego quando aquela maldita estiver morta.

__boa tarde senhorita.

__boa tarde seu João, leve essas malas para a mansão.

__a senhorita não vem?

__não hoje, só levarei essas duas malas comigo e, o taxi que eu pedi?

__está esperando logo ali__ele aponta.

__fez tudo como mandei?

__sim senhorita, seu tio pediu que ligasse assim que pousasse.

__ok__me afasto tirando o celular da bolsa, ligo vendo várias mensagens da minha tia, ela não desiste, só mando uma mensagem avisando que cheguei bem, tiro o chip e, desligo o celular, esse vai ficar guardado por um bom tempo.

Entro no táxi passando o endereço, meus planos é ficar aqui no Rio por no máximo seis meses, espero que seja o suficiente.

__só posso chegar até aqui__olho tudo em volta.

__sem probema__pago a corrida saindo do carro pegando as duas mala, tiro outro celular da bolsa, buscando o número da Maria.

ligação on...

__alô...

__Maria.

__Diana, é você?

__já estou aqui próximo a favela.

__menina, você não vai desitir mesmo?

__não começa, esta tudo certo para a minha entrada?

__está sim, já estou descendo, me espera na barreira, se perguntarem algo, diz que você é a sobrinha da Dona Maria, Diana, cuidado.

ligação off.

Desligo sem falar nada, a Maria trabalhava para a minha família, mas naquele dia ela estava de folga, dois anos depois que eu estava na Argentina, meu tio a levou para morar com a gente, não queria envolver ela nisso, mas não tive escolhas.

Caminho até a entrada, vejo a tal barreira, vários homem armados, olho ao redor vendo o lugar, aqui é lindo, crianças correndo para cima e para baixo, parecem feliz.

Olho para um ponto específico, tem uma mulher, olho fixamente em sua direção, ela usa um shortinho e um top, deixando seu corpo bronzeado a mostra e, que corpo, tem algumas tatuagens, cabelão preto, uma tentação, ela parece perceber que está sendo observada, pois olha em minha direção, algo nela me atrai, e não estou falando só do seu corpos

__fala aí mina__um menino aparentando ter uns dezoito anos fala, ele carrega um fuzil nas costas__algum problema? Tá aí olhando a chefe__estreita os olhos.

__ah, desculpa, acredito que estou perdida, sou sobrinha da Dona Maria, estou esperado por ela__tento parecer o mais natural possível.

__Dona Maria do bar?__pergunta de cara fechada, todo marrentinho, mete medo em ninguém esse daí, mas como tenho que fazer a ingênua, tenho que fingir medo.

__sim, não sei para onde ir, ela disse que já estava vindo.

__a chefe autorizou a sua entrada?

__oi? Não entendo, precisa de autorização?

__precisa sim, vamos até a chefe, ela está logo ali__aponta com a cabeça na direção daquela mulher, ela ainda me olha.

__Diana__olho para trás quando ouço ela me chamar, sorrio ao vê-lá, ela já vem em minha direção com os olhos cheios de lágrimas__aí minha menina__ela me abraça, retribuo, mas ela sabe que não gosto de contato físico, mas preciso ser convincente__você está linda__ela se afasta me analisando__quer dizer, mais linda ainda, linda você sempre foi__dou um pequeno sorriso.

__a senhora também está linda__ela sorrir ainda me olhando.

__Caco, essa é a Diana, minha sobrinha.

__a chefia já tá por dentro disso aí?__ele fala gesticulando e apontando para mim.

__já sim...

__aí Caco__ouço uma voz rouca que fez meus pelos se arrepiarem, olho por cima do ombro vendo a morena tatuada, ela está de oculos escuros, desço os olhos pelo seu abdômen, minha garganta chega a secar, que merda eu esta acontecendo comigo, quando volto para o seu rosto, algo nela me chama atenção, mas não sei o que é__agiliza essa fita ai__fala olhando diretamente para mim__te espero na boca__me olha mais uma vez e sai acelerando a moto, nem percebi que ela estava em cima de uma moto.

__o dever me chama, depois passo lá no bar, tenho que te passar as regras, coisas do morro, sua tia vai te passar a visão, mas já percebir que você é uma minha de reponsa, valeu aí mina qualquer fita é só acionar__ele se afasta, olho para Maria que me olha toda assustada tadinha.

Subimos a favela atraindo vários olhares, aqui sem dúvida é um lugar que eu viveria sem sobras de dúvidas, o bar da Maria é localizado em um ponto estratégico, especifiquei a ela o que eu queria, ela soube fazer a melhor escolha.

__aquela morena de moto, é o manda chuva?

__aquela é bem pior que o dono, o nome dela é Gabriela, ela é sobrinha do dono disso tudo daqui, ela está a frente, já que o tio foi preso.

Pelo o que me passaram o Complexo tem em torno de treze favelas gente muito perigosa, de homem a mulher, não será fácil o local é enorme, mas o ponto de encontro são os bares, e o da Maria se tornou o mais procurado pelos traficantes, isso me ajudará e muito, não sabemos ao certo de quem veio a ordem, só sabemos que a assassina se encontra aqui, se o dono desse lugar tiver algum envolvimento, ele roda também.

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