Acordar e dar de cara com alguém te observando—alguém que nem mora na casa — é, de longe, das experiências mais assustadoras do universo.
Soraya estava sentada impecável, mãos cruzadas no colo, pernas elegantemente cruzadas. Tão tranquila e casual, como se fosse absolutamente normal assistir o ex-marido e a namorada dormirem juntos. Eu senti a raiva subir pela garganta, quente.
— Você tem uma chave? — Perguntei. — Isso é desculpa agora? Você tá no quarto do Knox enquanto a gente tá pelado.
— Vocês estão debaixo do lençol. E eu só fiquei aqui porque achei perigoso acordar o Knox do nada, ainda mais ele sendo ex-militar e paranoico. Não quero levar um mata-leão.
O tom dela era leve, indiferente, como se eu estivesse exagerando só por questionar. Eu me empurrei mais pra cima na cama, ainda agarrada ao lençol. Não sabia o que irritava mais: o fato de ela continuar ali mesmo depois de flagrada ou o fato de não demonstrar um pingo de culpa.
— Você precisa ir embora. — Falei, tentando não ele