Foi nesse instante que caiu a ficha: eu devia ter contado de outro jeito. Falado de uma forma que não soasse como um soco no estômago.
Eu esperava raiva, sim. Talvez um pouco de incredulidade. Quem sabe até aquele tipo de devastação silenciosa que Knox quase nunca deixava ninguém ver. Mas não imaginei que a mudança viesse tão rápido, como acender uma luz. Num segundo, ele estava deitado ao meu lado, respirando o ar calmo da noite; no seguinte, virou pura fúria e trovão.
— Você não pode ter certeza de que ela está mentindo, Knox. — Eu disse com cuidado.
Mas ele já estava de pé.
— Vamos lá. — Ele disse. — Minha mãe quer me ver, não é? Pois ela vai me ver agora, custe o que custar.
— Não vai. Pelo menos não essa noite. Você está nervoso demais.
— E não deveria estar? — Ele se agachou e segurou meus ombros, me levantando com facilidade. As mãos estavam firmes, mas os olhos eram só ódio. — Você não faz ideia de quanta raiva eu vou sentir se tiver um pingo de verdade nisso.
A gente ficou par