Dentro da sala privada, ninguém dizia uma palavra.
Helena olhava para o homem que um dia amou profundamente e sentia tudo muito irônico. No coração de Bruno, Helena não tinha nem um cantinho para ficar.
Melissa havia voltado, e nos olhos de Bruno já não cabia mais ninguém.
As juras de amor, as promessas que ele um dia fez, agora pareciam ridículas e vazias.
Helena sentia pena de si mesma.
Toda aquela juventude entregue a um cão. Mesmo agora, doía.
E quem não sentiria dor?
Foram quatro anos inteiros, os melhores anos da vida de uma mulher, os sentimentos mais sinceros... Ela entregou tudo a Bruno sem reservas, mas ele pisoteou esse amor repetidamente, jogando seu coração no chão lamacento.
Helena sorriu com alívio.
Ela escolheu ir embora, escolheu desistir. Sabia que muitos ali estavam olhando para ela, com pena, ou só por diversão.
Mas ela não se importava, só queria sair dali. Queria sair daquela cena de “reencontro entre velhos amantes”, não queria ver mais nada.
Aquilo era... Nojent