Derick
A luz do quarto de hotel era fraca, mas suficiente para que eu pudesse ver o teto. Não que isso importasse muito. Tudo o que eu via, de verdade, era o peso do passado pressionando meu peito. O colchão era macio demais para um corpo acostumado a dormir em lugares que variavam entre o chão sujo de galpões abandonados e os bancos de trás de carros velhos.
Eu inspirei fundo. O ar gelado queimou minha garganta. E, antes que eu pudesse impedir, as lágrimas vieram. Silenciosas, amargas. Não era só a dor física que ardia em cada músculo do meu corpo mas a dor que se aninhava em algum lugar mais profundo.
Fechei os olhos e apertei os punhos, como se isso pudesse conter o peso no meu peito. Eu não sabia quanto tempo fiquei assim, imóvel, tentando conter as lágrimas. Mas, de repente, senti algo quente envolver a minha mão.
Abri os olhos e me deparei com ela. Isabella.
— Está sentindo dor, não é? — A voz dela veio baixa, quase um sussurro. — Toma esses remédios.
Pisquei alguma