O eco da palavra inevitável reverberou no silêncio do quarto, desfazendo os últimos vestígios da mulher assustada que Isabella fora. Não era um adjetivo; era um manto, uma coroa, um destino que Pedro lhe entregara. O medo de enfrentar Lúcia, a dúvida que a corroía, tudo se calcinou e transformou-se numa determinação fria e cortante. Ele não lhe pedira para ser uma distração. Pedira-lhe para ser um evento cataclísmico. E ela não o iria dececionar.
A equipe de estilistas movia-se à sua volta com a precisão silenciosa de artesãos a forjar uma arma. Não houve conversa fiada, apenas o toque profissional de pincéis frios, o calor do secador, o peso de tecidos luxuosos. Isabella permaneceu imóvel, uma estátua a ser esculpida, o seu olhar fixo no espelho, assistindo não a uma transformação, mas a uma revelação. A mulher que a encarava de volta tinha os seus olhos, mas o fogo neles era mais antigo, mais perigoso.
O vestido que escolheram era uma obra-prima de guerra. Não era de um preto seguro