Os cacos de cristal no chão de mármore brilhavam como diamantes quebrados sob a luz fraca da penthouse. Eram um reflexo perfeito da alma de Pedro Montenegro naquele momento: estilhaçada, perigosa e furiosamente brilhante.
Ele ficou ali, no silêncio que se seguiu à sua explosão, a respiração pesada, a mão a latejar onde segurara o copo. A imagem de Isabella na tela do monitor estava gravada em sua mente. O sorriso dela. O lamber do lábio. A piscadela. Cada gesto, uma facada deliberada em seu autocontrole, um lembrete de que ela o conhecia, o lia e sabia exatamente como desfazê-lo.
Ele vencera Aris Thorne, mas ela o vencera.
A raiva deu lugar a uma calma fria e letal. A necessidade de a confrontar, de reafirmar o seu domínio, era uma fome física. Ele não ligou. Não mandou mensagem. Ele sabia que ela viria para a penthouse para o relatório pós-reunião. Ele a esperaria. Na toca dele.
Quando Isabella chegou, uma hora depois, encontrou a sala em penumbra. Os cacos de vidro haviam sido limpo